MOSCOU, 12 AGO (ANSA) – O ministro da Saúde da Rússia, Mikhail Murashko, definiu como “absolutamente infundadas” as dúvidas sobre a vacina contra o novo coronavírus (Sars-CoV-2) aprovada no país na última terça-feira (11).   

A candidata “Sputnik V” (em referência ao primeiro satélite artificial da Terra) obteve registro na Rússia antes mesmo de iniciar a terceira e última fase de estudos clínicos, considerada a mais importante e na qual se avalia sua eficácia para imunizar seres humanos.   

“Parece que os colegas estrangeiros estão sentindo as vantagens competitivas do medicamento russo e estão tentando expressar certas opiniões absolutamente infundadas”, declarou Murashko.   

Vacinas que já estão na fase 3 dos testes em humanos, como a de Oxford, ainda não obtiveram registro em nenhum país.   

Essa etapa costuma ser mais demorada, já que, para comprovar a imunização, é preciso acompanhar os voluntários por um longo período – um ano, no caso da vacina de Oxford. Apesar disso, a Rússia pretende iniciar a produção em massa da Sputnik V já em setembro.   

O primeiro lote, de acordo com Murashko, deve estar disponível daqui duas semanas e será aplicado prioritariamente em profissionais da saúde. A candidata utiliza cepas adaptadas de um adenovírus para estimular a resposta imune no corpo humano.   

“A Rússia não compartilhou dados, então é impossível fazer um juízo. Não é assim que funciona a ciência”, disse o imunologista italiano Alberto Mantovani, diretor científico do Instituto Humanitas, em Rozzano, nos arredores de Milão, em entrevista ao jornal La Repubblica. (ANSA).