O Uber anunciou ontem a demissão de 3,7 mil funcionários, cerca de 14% do total de 27 mil colaboradores da empresa. Os cortes atingiram a filial do Brasil, e alguns funcionários já comentavam sobre as demissões no LinkedIN. Mas a companhia não informou o número de demissões por aqui.

Entre as equipes que sofreram cortes estão as de recrutadores (já que as contratações foram congeladas) e suporte a clientes e motoristas. Os cortes não chegaram a surpreender o mercado, considerando a queda brusca das viagens de carro em todo o mundo. Os efeitos da quarentena também atingiram a principal rival do Uber nos EUA. Há alguns dias, a Lyft também anunciou demissões.

Os problemas do Uber já vinham se avolumando bem antes da pandemia. O valor das ações abaixo do esperado no IPO, realizado há um ano, já indicava dúvidas dos investidores sobre a capacidade da empresa de dar lucro no médio prazo. Já no ano passado a empresa havia feito algumas rodadas de demissões pontuais, a fim de cortar custos.

André Cardozo é jornalista e cobre tecnologia há mais de 15 anos. Também edita a newsletter de tecnologia Norte.