O presidente da Colômbia, Iván Duque, exigiu nesta sexta-feira (7) o fim dos bloqueios de estradas que se multiplicaram em meio aos grandes protestos dos últimos dias contra sua política, que foram reprimidos com violência em várias partes do país.

“Sim à conversa, sim a construir, mas definitivamente não aos bloqueios, porque os bloqueios não são pacíficos, estão alterando os direitos de outras pessoas”, disse Duque em declaração a jornalistas.

O presidente pediu que essas ações sejam interrompidas devido ao desabastecimento que atinge várias cidades, em especial de combustíveis, remédios e alimentos.

Duque se manifestou contra os bloqueios na véspera de seu primeiro encontro com os jovens que se manifestam nas ruas e que são a face mais visível o mal-estar social contra o governo conservador.

Sem uma direção definida, o movimento de protesto reúne sindicatos, estudantes e indígenas com múltiplas reivindicações que no fundo representam uma virada na condução de um país atingido pelo recrudescimento da violência e pela crise econômica desencadeada pela pandemia.

As manifestações deixaram 26 mortos e centenas de feridos, além de graves denúncias contra as forças de segurança pela repressão em alguns locais.

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Por sua vez, o governo denuncia a infiltração dos protestos por grupos armados como os dissidentes que não aceitaram o acordo de paz de 2016 com as FARC e a guerrilha do ELN.

Sob pressão máxima, o governo iniciou uma rodada de diálogos com setores em busca de uma saída para a crise social, incluindo partidos políticos, juízes e veículos de comunicação.

Nesta sexta, em encontro com a mídia, Duque expressou sua “dor” pelas mortes ocorridas nas manifestações e defendeu o “direito legítimo” de protesto pacífico. Ele também declarou que mostrará “tolerância zero” com abusos cometidos por agentes.

Em carta pública, o presidente também expressou sua intenção de se reunir com o Comitê de Greve, que reúne diversos setores insatisfeitos.


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