Um duplo atentado suicida deixou pelo menos 31 mortos no centro de Bagdá nesta segunda-feira (15), o segundo ataque desse tipo em três dias na capital iraquiana – informou o governo.

O primeiro-ministro iraquiano, Haider Al-Abadi, cobrou de suas forças da ordem “eliminar as células latentes” extremistas. Há cerca de um mês, o chefe de Estado havia anunciado o “fim da guerra contra o grupo extremista Estado Islâmico (EI).

Nas primeiras horas da manhã desta segunda-feira, “dois suicidas se detonaram na praça Al Tayaran no centro de Bagdá”, declarou o porta-voz do comando conjunto de operações iraquiano, o general Saad Maan.

Este duplo atentado suicida deixou “31 mortos e 94 feridos”, indicou à AFP uma autoridade policial, que pediu para não ser identificada.

A praça Al Tayaran é uma importante zona comercial de Bagdá e um ponto de encontro para os trabalhadores que se reúnem ali desde o início do dia em busca de oportunidades.

Já foi alvo de ataques, muitos deles letais, em diferentes ocasiões.

Várias ambulâncias chegaram ao local do atentado, para onde foi mobilizado um forte dispositivo de segurança.

Nenhum grupo assumiu a autoria do ataque até o momento.

Em dezembro, o Iraque anunciou o “fim da guerra” contra o grupo Estado Islâmico (EI), expulso da região de Bagdá e do conjunto das zonas urbanas e habitadas que controlava no país. Ainda há, porém, células extremistas ativas ao norte da capital iraquiana.

O EI cometeu inúmeros atentados em Bagdá e no restante do Iraque.

Poucas horas depois desses atentados, outra bomba explodiu no leste de Bagdá, causando um morto e seis feridos, acrescentou o chefe da Polícia.

Após um período de relativa calma, a capital iraquiana tem sido afetada por uma nova onda de atentados, após o lançamento, no final de 2016, da ofensiva para recuperar a cidade de Mossul. A segunda maior cidade do país e reduto dos extremistas foi reconquistada pelas forças do governo em julho de 2017.

No sábado, cinco pessoas morreram em um ataque suicida cometido em um posto de controle das forças de segurança perto de uma praça no norte de Bagdá.

Pouco depois das explosões desta segunda-feira, Abadi reuniu o comando conjunto de operações e chefes dos serviços de inteligência.

O primeiro-ministro pediu que atuem para “eliminar as células latentes do EI e assegurar a segurança dos cidadãos”, de acordo com um comunicado de seu gabinete.

Em um país mergulhado na violência desde a invasão em 2003 dos Estados Unidos, a questão da segurança será central na campanha eleitoral para as legislativas de maio.

No domingo, Abadi anunciou que vai liderar a lista de seu partido para as eleições. Ele enfrentará seu predecessor, Nuri al-Maliki, membro do mesmo partido Daawa, mas que disputará a eleição em uma lista diferente.