O filme “Dunkirk” vai contra as tendências da temporada. Em seu nono longa-metragem em 17 anos, o diretor e roteirista inglês Christopher Nolan, de 47 anos, narra pela primeira vez um evento histórico: a batalha de Dunquerque, travada nas costas da França e da Bélgica entre tropas britânicas e alemãs, no início de 1940. Os alemães venceram e forçaram a evacuação de 330 mil soldados. Segundo Nolan, a derrota se revelou épica, pois o recuo serviu como impulso para a vitória final dos aliados. O filme renova o gênero de guerra. Foi rodado em câmera iMax em película de 65 mil milímetros em locações reais, com atores maduros e numerosos figurantes de verdade, sem simulação digital. O efeito é espetacular. “Dunkirk” celebra o cinema em grande escala. Mesmo “fora de moda”, já é campeão de bilheteria nos EUA, à frente dos blockbusters de verão. Ele se divide em três planos: a praia, em que as tropas aguardam o resgate; o mar, de onde chegam voluntários civis em barquinhos para ajudar no resgate; e o ar, onde se dão as batalhas entre as forças aéreas. Em cada plano, brilham o comandante Bolton (Kenneth Branagh), o piloto Farrier (Tom Hardy) e o marinheiro Dawson (Mark Rylance). Ao mesmo tempo, tropas, navios e aviões surgem em tomadas aéreas, num realismo brutal sem ser sanguinolento. Enlaçar dramas íntimos e eventos bélicos é o achado deste candidato ao Oscar. Em cartaz.