Duas regiões russas bloqueiam aplicativo Telegram por preocupações com segurança

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Telegram Foto: Geoffroy Van Der Hasselt/ AFP

(Reuters) – Autoridades de duas regiões da Rússia bloquearam o aplicativo de mensagens Telegram por preocupações de que o aplicativo possa ser usado por inimigos, disse um ministro regional de desenvolvimento digital, segundo a agência de notícias estatal Tass, neste sábado.

O Daguestão e a Chechênia são regiões de maioria muçulmana no sul da Rússia, onde serviços de inteligência registraram um aumento de atividade militante islâmica.

“(O Telegram) é muitas vezes usado por inimigos. Um exemplo são os tumultos no aeroporto de Makhachkala”, afirmou Yuri Gamzatov, ministro de desenvolvimento digital do Daguestão, acrescentando que a decisão de bloquear o aplicativo foi tomada em nível federal.

Gamzatov referia-se ao tumulto anti-Israel no Daguestão em outubro de 2023, quando centenas de manifestantes invadiram o aeroporto para tentar atacar passageiros que chegavam em um avião do Estado judaico. Nenhum passageiro ficou ferido, e as autoridades processaram várias pessoas por causa do incidente.

Notícias da chegada do avião foram disseminadas em canais locais de Telegram, onde os usuários publicaram apelos por violência antissemita. O Telegram condenou o ataque e disse que bloquearia os canais.

O Telegram não respondeu aos pedidos por comentários sobre os bloqueios da Rússia em um primeiro momento.

Sediado em Dubai e fundado pelo russo Pavel Durov, o aplicativo de mensagens tem quase 1 bilhão de usuários e é amplamente utilizado na Rússia, na Ucrânia e em outras ex-repúblicas soviéticas.

Moscou tentou, mas não conseguiu bloquear o Telegram em 2018 e, no passado, exigiu que a plataforma entregasse dados de usuários. Durov está sendo formalmente investigado na França, parte de uma investigação sobre crime organizado no aplicativo.

Gamzatov, o ministro do Daguestão, afirmou que o Telegram pode ser desbloqueado no futuro, mas encorajou os usuários a mudarem para outro aplicativo de mensagens por enquanto.

(Redação de Lucy Papachristou)