A edição de 2020 do Oi Hang Loose Pro Contest, a etapa de Fernando de Noronha do QS, a divisão de acesso do Circuito Mundial de Surfe, repete o mesmo esquema de segurança da última temporada para detectar tubarões na Praia da Cacimba do Padre. Com um drone, o evento reforça a proteção aos atletas.

“Estamos usando os mesmos equipamentos. A única diferença é que no ano passado precisamos acionar o jet ski mais vezes, foram cerca de quatro chamados. Neste ano ainda não foram solicitados”, conta Fabio Borges, morador a ilha e responsável por monitorar as imagens da praia usando um drone.

Até o momento, foram detectados cerca de sete tubarões por dia. “Só apareceu o tubarão-limão (espécie que pode atingir cerca de três metros de comprimento). Eles não atacam. Principalmente em um ambiente reservado como Fernando de Noronha, os tubarões não precisam atacar pessoas. Na verdade, nós humanos somos os invasores do território deles precisamos respeitar”, explica Fabio, que também é documentarista e fotógrafo.

Ele também acaba desempenhando a função de acalmar as pessoas quando comentam sobre a presença de tubarões nas praias. “A gente também tem um cuidado, porque como é uma coisa preventiva, acho muito importante não passar essa ideia alarmante de ter um tubarão por perto. Apesar da comunidade do surfe ser bem consciente em relação ao meio ambiente, tubarão é algo que gera uma certa insegurança, então eu faço esse trabalho de acalmar as pessoas e falar que o tubarão não vai atacar o atleta”, conta.

O trabalho de Fábio é relacionado com os bombeiros que ficam na praia. São eles que precisam ir até o local onde está o tubarão quando o responsável pelo drone detecta algum tipo de perigo para os surfistas. Caso isso aconteça, um jet ski entra no mar e afasta o animal.

No ano passado, Vinícius Cavalcanti, de 31 anos, morador da ilha, foi mordido no rosto enquanto surfava na Cacimba do Padre. Na época, ele levou 33 pontos na cabeça e afirmou ter sido imprudente.