Maconha, cocaína, heroína… Os tipos e o acesso às drogas continuam aumentando na Europa, assim como sua produção local, alertou o Observatório Europeu de Drogas e Toxicodependência (OEDT) em seu relatório anual, divulgado nesta sexta-feira (16).

“Eu resumiria a situação assim: ‘Everywhere, Everything, Everyone’ (Qualquer lugar, tudo, todos, em tradução livre). As drogas ilegais clássicas estão hoje amplamente acessíveis, e novas substâncias com forte teor de princípios ativos continuam aparecendo”, analisa o diretor da agência, Alexis Goosdeel, citado no comunicado.

O relatório enfatiza a ampla gama de substâncias psicoativas disponíveis, que apresentam, em geral, alto teor de princípio ativo e de pureza.

Há anos a cocaína continua em alta na Europa e chega em grandes quantidades aos portos, em contêineres comerciais. Em 2021, pelo menos 303 toneladas apreendidas.

Dados preliminares mostram que, no ano passado, foram detectadas 162 toneladas apenas nos portos de Antuérpia (Bélgica) e Roterdã (Holanda).

Segundo as mesmas autoridades, apenas uma ínfima parte do volume de cocaína importado na Europa é apreendido pelas forças de segurança.

O relatório também alerta para o surgimento de fábricas de cocaína na União Europeia (UE), com 34 laboratórios desmantelados em 2021 (ante 23 em 2020).

A cocaína é o estimulante ilícito mais conhecido na Europa, usado por 3,7 milhões de adultos europeus (15-64 anos) no ano passado. Está, no entanto, muito atrás da maconha, a primeira droga consumida por mais de 22 milhões de adultos na Europa em 2022.

Cerca de um milhão de europeus usaram opioides em 2021. A heroína é o opioide ilegal mais usado no continente, e sua disponibilidade é alta.

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