Drew Brees, quarterback do New Orleans Saints, se desculpou nesta quinta-feira pela declaração em que criticou a manifestação iniciada por Colin Kaepernick e replicada por diversos outros jogadores da NFL, de se ajoelhar durante a execução do Hino Nacional norte-americano. O veterano, de 41 anos, havia declarado que a atitude era falta de respeito com a memória dos combatentes Estados Unidos e citara seus avós como exemplo.

“Gostaria de me desculpar com meus amigos, colegas de equipe, a cidade de Nova Orleans, a comunidade negra, a comunidade da NFL e qualquer pessoa que eu tenha ferido com meus comentários ontem. Ao falar com alguns de vocês, parte meu coração saber a dor que causei”, escreveu em texto publicado no seu perfil no Instagram.

Um dia antes, em entrevista ao Yahoo Finance, Drew Brees havia dito que o ato era um desrespeito com a bandeira do país. “Eu nunca vou concordar com alguém que desrespeite a bandeira dos Estados Unidos da América. Deixe-me apenas dizer o que vejo ou o que sinto quando o Hino Nacional é tocado e quando olho a bandeira dos Estados Unidos. Eu imagino meus dois avós, que lutaram por este país durante a Segunda Guerra Mundial, um no Exército e um na Marine Corp. Ambos arriscando suas vidas para proteger nosso país e tentar tonar ele e este mundo um lugar melhor. Então, toda vez que fico com a mão sobre o coração, olhando para a bandeira e cantando o hino nacional, é sobre isso que penso. E, em muitos casos, isso me leva às lágrimas, pensando em tudo o que foi sacrificado”, afirmou o jogador.

O assunto voltou ao debate público em decorrência dos protestos ocasionados pelo assassinato de George Floyd durante uma abordagem policial. Manifestantes ajoelham-se nos atos, em reprodução ao gesto de Kaepernick, feito, pela primeira vez, em 2016.

Naquele ano, durante uma partida pela pré-temporada da NFL contra o Green Bay Packers, o jogador do San Francisco 49ers não se levantou durante a execução do Hino Nacional norte-americano. Ele preferiu ficar sentado no banco de reservas em protesto.

Drew Brees havia declarado que o gesto era uma falta de respeito não somente com os militares, mas também com os movimentos dos direitos civis dos anos 1960. “Não apenas os militares, mas também os movimentos dos direitos civis dos anos 60, e tudo o que foi suportado por tantas pessoas até esse momento. E está tudo bem com o nosso país agora? Não, não está. Ainda temos um longo caminho a percorrer. Mas acho que o que você faz ali, mostrando respeito pela bandeira com a mão sobre o coração, é que mostra unidade. Isso mostra que estamos juntos nisso, todos podemos fazer melhor e que todos fazemos parte da solução”, disse.

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O ato também havia sido questionado por Nate Boyer, veterano do exército e jogador do Seattle Seahawks. A princípio, Kaepernick não se levantava do banco de reservas durante a execução do hino e Boyer achou isso desrespeitoso. Ambos conversaram e Kaepernick alterou o gesto, passando a ajoelhar-se, já que durante um funeral militar a bandeira norte-americana é entregue à família do falecido por um oficial, que entrega o item ajoelhado.

As falas de Brees não haviam repercutido bem na comunidade de esportistas norte-americanos. “Não tem absolutamente nada a ver com desrespeito à bandeira dos Estados Unidos e aos nossos soltados, homens e mulheres, que mantêm a nossa terra livre. Meu padrasto foi um desses homens que lutaram pelo bem desse país. Eu perguntei a ele sobre isso e agradeci por todo o seu comprometimento. Ele nunca achou o protesto pacífico de Kap ofensivo porque ele e eu sabemos que o que é certo é certo e o que é errado é errado”, dissera LeBron James, astro do Los Angeles Lakers.


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