ROMA, 11 MAR (ANSA) – O primeiro-ministro da Itália, Mario Draghi, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, concordaram nesta quinta-feira (11) que não há evidências de uma ligação entre a vacina AstraZeneca e os casos de coagulação sanguínea registrados em pessoas vacinadas.   

A conversa ocorreu durante telefonema após vários países europeus, incluindo a Itália, suspenderem total ou parcialmente o uso do imunizante da AstraZeneca depois de alguns casos.   

Segundo fontes do Palazzo Chigi, os líderes informaram que foi descoberto que não há evidências de uma conexão entre a vacina e as tromboses.   

Na ligação com Draghi, Von der Leyen anunciou ainda que a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) iniciou uma nova revisão acelerada das vacinas” da empresa anglo-sueca, conforme comunicado oficial.   

A polêmica envolve o lote ABV2856, cuja utilização teria provocado três casos adversos fatais. Até o momento, não há comprovação de qualquer conexão entre o imunizante e os problemas de coagulação sanguínea, mas as agências sanitárias estão investigando os dados.   

“Ontem, publicamos o segundo relatório de eventos adversos para todas as vacinas. Em geral, ocorreram cerca de 40 mortes, todas avaliadas como não relacionadas à própria vacina”, explicou o diretor da Agência Italiana de Medicamentos (Aifa), Nicola Magrini.   

Em nota nesta noite, a AstraZeneca afirmou que, “a partir de uma análise feita em dados de segurança em mais de 10 milhões de administrações, nenhuma evidência surgiu de um risco aumentado de embolia pulmonar ou trombose venosa profunda em qualquer faixa etária, sexo, lote ou em qualquer país onde a vacina foi usada”.   

“Os números desses eventos é significativamente menor nos indivíduos vacinados do que o número observado na população em geral”, acrescentou.   

A empresa ainda ressaltou que, após os casos suspeitos, “está colaborando com as autoridades e regulamentos de saúde que estão realizando as investigações necessárias”.   

Além disso, a AstraZeneca pretende esclarecer que, a partir de verificações internas, não foram destacados aspectos que pudessem ter impacto na qualidade, segurança e eficácia do lote em questão e a Aifa foi prontamente informada”.   

De acordo com o decreto de apreensão emitido pelos carabineiros e Ministério Público de Siracusa para “restringir as quantidades ainda não administradas e presentes em estoque”, como forma de precaução, a Itália recebeu 249.600 doses desse lote bloqueado.   

Em meio ao inquérito aberto pelas autoridades italianas na Sicília, o ministério da Saúde anunciou que enviará fiscais imediatamente para verificar os procedimentos com os imunizantes.   

O Instituto Superior de Saúde (ISS), inclusive, realizará todas as verificações e análises necessárias para estabelecer a qualidade dos frascos deste lote. No entanto, a expectativa é de que este processo demore alguns dias, cerca de uma semana. (ANSA)