ROMA, 8 FEV (ANSA) – No primeiro dia da segunda série de consultas políticas, o primeiro-ministro encarregado da Itália, Mario Draghi, apresentou nesta segunda-feira (8) os principais pontos do seu programa de governo para encerrar a crise no país europeu.
O ex-presidente do Banco Central Europeu (BCE) defendeu um “governo pró-europeu com forte referência ao atlantismo”, baseado nas “reformas necessárias da Justiça civil pública”.
Entre os pontos debatidos estão a reforma escolar, o plano de vacinação e o fisco italiano.
O futuro governo pretende “reformular o calendário escolar” do ano em curso, para compensar os “muitos dias perdidos”, segundo o que teria dito Draghi aos grupos parlamentares.
A expectativa é de que até setembro todos os ajustes sejam realizados para que os professores atuem a partir do primeiro dia do novo ano letivo.
O premiê encarregado teria enfatizado que é preciso evitar que haja “milhares de cadeiras vagas” para recuperar os meses de ensino presencial perdidos em decorrência da pandemia do novo coronavírus. A ideia é prolongar as aulas até o final de junho e contratar mais educadores.
Em relação ao plano de vacinação, Draghi tem como objetivo intensificar e acelerar a campanha de imunização, principalmente considerando os aspectos de logística, produção e aquisição.
Ele destacou a importância da vacinação para sair da crise econômica, mas afirmou esperar “uma recuperação mais lenta” e por isso é necessário “proteger as pessoas que não terão emprego”.
O programa de governo também dá uma atenção especial ao setor trabalhista, turismo e para a modernização de grandes infraestruturas e reabertura dos canteiros de obras. Por fim, Draghi abordou o fundo de recuperação europeu para o pós-pandemia.
A surpresa do dia ficou por conta do ex-ministro do Interior da Itália e secretário da Liga, Matteo Salvini, que disse estar disposto a apoiar o governo Draghi também nas questões relacionadas aos migrantes e sobre europeísmo.
“Na questão da imigração vamos propor a adoção de legislação europeia. É bom para nós que a imigração na Itália seja tratada como na Alemanha, com as mesmas regras”, disse o líder da extrema direita durante coletiva de imprensa em Milão.
Hoje, Draghi recebeu representantes do grupo misto e de formações minoritárias, enquanto que amanhã será a vez das principais forças políticas do país, como Liga, Partido Democrático (PD) e Força Itália (FI).
Até o momento, praticamente todas as legendas se mostraram dispostas a apoiar o ex-presidente do BCE. A única exceção é o partido de extrema direita Irmãos da Itália (FdI), que defende novas eleições. (ANSA)