A terça-feira (10) já não havia começado bem para Jair ‘eu sou o centrão’ Bolsonaro. Pela manhã, uma nuvem cinza, densa e cheirando a óleo queimado se alastrou pela Praça dos Três Poderes. Todos imaginaram uma Kombi 1968 fumando o motor, mas eram os blindados das Forças Armadas que demonstrariam ‘força e poder’ em apoio à sanha golpista do verdugo do Planalto. Ali se deu um verdadeiro fiasco, que correu o mundo e nos tornou – outra vez e por outros motivos – chacota internacional

Chegou a tarde, e mais más notícias bateram à porta do devoto da cloroquina. O Senado Federal aprovou o texto-base que mandou um entulho da ditadura, sob a forma de lei (Lei de Segurança Nacional) para o quinto dos infernos. Os ministros sabujos do ‘mito’ não poderão mais usar a estrovenga, para prender quem chama Bolsonaro de ‘pequi roído’, certo, Sr. André Mendonça, futuro – meu Deus! – ministro do STF? Segurança Nacional é populista golpista ser impedido de ser presidente.

Já a noite trouxe o golpe final, a pá de cal, a cereja do bolo que irá causar não uma obstrução intestinal (das que o amigão do Queiroz está acostumado), mas uma noite acordado, insone, em profunda desesperança e amargura. A PEC do Voto Impresso foi definitivamente atirada na lata do lixo, de onde jamais sairia não fossem o próprio pai do senador das rachadinhas e da mansão de 6 milhões de reais e seus minions aloprados. Eram necessários 308 votos a favor, e apenas 229 foram alcançados.

Se o dia contasse com mais de 24 horas, o sociopata homicida que desgoverna o Brasil teria levado mais ‘bolas nas costas’ – duplo sentido bem ao gosto da família amiga de milicianos cariocas. Jair Bolsonaro descobriu ontem que, ainda que tenha entregue o governo e o cofre ao centrão, só poderá contar com os nobres deputados em temas que interessem aos próprios, e ditadura e golpismo não interessam. Aliás, o impeachment também não, pois acabaria a principal moeda de troca, digo, venda.

Vejamos, pois, qual será a próxima cruzada bolsonarista. Já atentou contra o STF e o Congresso Nacional. Atenta – todos os dias – contra a imprensa e a oposição, bem como contra as eleições e o TSE. Até bem pouco tempo atrás, o alvo eram prefeitos e governadores. Como já foram as vacinas, as máscaras, o distanciamento social, a ciência e a medicina. Bolsonaro não sobrevive sem uma briga, já que teria de se ver com a realidade dos fatos: seu péssimo governo e sua mediocridade pessoal.