Em tempos de entrevistadores que assumem a condição de celebridades mais relevantes que seus entrevistados, a biografia de Geneton Moraes Neto (1956-2016) dá pistas sobre um aspecto fundamental do jornalismo: profunda pesquisa para extrair histórias e opiniões interessantes de grandes personalidades. “Geneton — Viver de Ver o Verde Mar”, de Ana Farache e Paulo Cunha, mostra a trajetória do menino-prodígio do suplemento Júnior, do Diário de Pernambuco, para a qual escreveu a partir dos 13 anos, até o correspondente internacional que esteve ao lado de Yoko Ono, Woody Allen, Jimmy Carter e Desmond Tutu.
Na GloboNews, apresentou o programa “Dossiê”. Paulo Cunha afirmou que a grande qualidade de seu biografado era a “paixão por ouvir os outros”. Em 2010, Geneton conseguiu o feito de entrevistar o compositor Geraldo Vandré, em silêncio há quatro décadas. Vitimado por um aneurisma aos 60 anos, o repórter praticamente antecipou a notícia de sua morte ao amigo Cláudio Renato. Depois de ouvir um médico afirmar que ele estava sem pulso, questionou: “Será que do outro lado tem alguém para quem possa contar essa história?”

 

 

Sempre repórter

1956
Geneton Moraes Neto nasce em Recife

Divulgação

1973-2015
Produz 25 curtas e documentários, indo do Super-8 ao formato digital

1982-2016
Repórter, correspondente internacional em Londres e editor para o Fantástico, a GloboNews, O Globo, Jornal da Globo e Jornal Nacional

1984-2009
Escreve 7 “Dossiês” sobre a Copa de 50, a História do Brasil e grandes entrevistas