O tesoureiro do PSDB, deputado Silvio Torres (SP), rebateu as críticas do candidato do partido ao governo de São Paulo, João Doria, de que faltam recursos para o segundo turno da campanha no Estado. Segundo Torres, Doria recebeu cerca de R$ 8 milhões até o momento.

“Cada um dos candidatos poderia ter guardado seu recurso para o segundo turno e eles também dispõem de recursos próprios”, afirmou sobre as reclamações. “Talvez ele (Doria) esteja se vendo com dificuldades para fazer o segundo turno.”

Aliado do presidente da sigla, Geraldo Alckmin, Torres disse que os candidatos sabiam desde o início que o PSDB tinha R$ 210 milhões de verba eleitoral. Dos R$ 43 milhões que o tucano Geraldo Alckmin teria direito na disputa presidencial, segundo o tesoureiro, o tucano gastou apenas R$ 25 milhões e o restante foi distribuído entre as demais candidaturas, inclusive a de Doria.

Em matéria publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo no início do mês, Doria aparece como líder entre os candidatos com déficit parcial da campanha acima de R$ 1 milhão, com R$ 6,1 milhões. Candidatos têm até 30 dias após a data da eleição para quitar dívidas e, nesse período, podem continuar arrecadando recursos exclusivamente para honrar os débitos.

Doria e Alckmin discutiram por causa do assunto durante reunião da executiva nacional, que aconteceu na sede do partido, em Brasília. Em áudio obtido pela reportagem, Alckmin chama Doria de “temerista” e insinua que o ex-prefeito o traiu: “Traidor eu não sou”.

A fala de Alckmin se deu após ouvir Doria reclamar da falta de recursos e dizer que, passada a eleição, o PSDB deve fazer uma autoavaliação sobre erros, acertos e equívocos da legenda nesta eleição. No contexto dos equívocos citados por Doria, Alckmin ainda afirmou: “O ‘Temerista’ não era eu, não”. E diz na sequência: “Você, você, você”, numa associação com o governo federal marcado pelo alto grau de impopularidade. Alckmin era contrário ao ingresso do PSDB no governo Michel Temer.

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Doria pede calma a Alckmin durante a reunião: “Compreendo a sua situação”, disse o ex-prefeito ao presidente de seu partido e padrinho político. “Temos de ter calma e discernimento.”

O candidato tucano ao governo de São Paulo ainda afirmou que, ao seu ver, não há a menor condição de o PSDB não manifestar oposição ao PT neste segundo turno presidencial após fazer 16 anos de oposição ao partido. Hoje, o PSDB decidiu por liberar os tucanos e manter a neutralidade na disputa.


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