MILÃO, 13 OUT (ANSA) – Por Beatriz Farrugia – O prefeito de São Paulo, João Doria, reuniu-se nesta sexta-feira (13) com o seu homólogo de Milão, Giuseppe Sala, e anunciou a intenção de acordos em quatro áreas: mobilidade urbana, segurança, sustentabilidade e desenvolvimento cultural. “Estamos desenvolvendo quatro pontos importantes. A primeira é a mobilidade urbana, que é um problema em São Paulo e Milão.   

Estamos tentando desenvolver a mobilidade sem gerar impacto ambiental”, disse o tucano, que chegou ontem à Itália.   

De acordo com Doria, na área de segurança, Milão utiliza um modelo de ações coordenadas entre cidade, estado e governo federal, o qual poderia ser reaplicado em São Paulo. “Outro ponto interessante é o envolvimento da segurança privada”.   

Nos programas culturais, Milão e São Paulo, que são cidades-gêmeas, pretendem atuar na restauração de monumentos históricos, como já vem ocorrendo com a reforma de praças patrocinadas por empresas italianas. “Há sempre um esforço de fazer Milão e São Paulo serem cidades-espelhos”, afirmou Doria.   

“São acordos de colaboração, os quais serão assinados quando tivermos certeza de que poderão entrar em vigor no dia seguinte”, disse Sala, que também veio do meio empresarial e foi o delegado da exposição universal Expo Milão 2015. “Quero retribuir o convite de Sala para que o prefeito possa visitar São Paulo, pois neste momento estamos restaurando a Praça Milano”, contou o tucano, referindo-se ao espaço cuja obra está sendo financiada pela Pirelli.   

Mais cedo, o prefeito de São Paulo se reuniu com o presidente mundial da Pirelli, Marco Tronchetti Provera. A fabricante italiana de pneus tem interesse em participar do leilão de privatização do autódromo de Interlagos, que faz parte do plano de desestatização de Doria. “A Pirelli vai aumentar seus investimento no Brasil. Isto será certo que ocorrerá, porque o mercado brasileiro começará a ser retomado no ano que vem. A Pirelli já sentiu a retomada do mercado automobilístico brasileiro”, disse Doria. Segundo o prefeito, Marco Tronchetti Provera também prometeu que falará com os investidores chineses sobre a proposta. “Ele vai perguntar aos investidores chineses sobre essa possibilidade.   

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Foi um encontro muito positivo. Provera deve ir para São Paulo em março”, contou Doria.   

Questionados pela ANSA sobre a extradição do italiano Cesare Battisti, condenado à prisão perpétua pela Justiça de Roma por quatro assassinatos cometidos na década de 1970 e cuja extradição fora negada pelo governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Doria e Sala defenderam que o Brasil devolva-o. “Temos uma visão comum sobre isso, mas cabe ao governo brasileiro. Torço para que a extradição seja feita em breve, até porque as últimas declarações de Battisti me deixaram perplexos”, contou Sala. “Battisti precisa ser extraditado e responder aqui na Itália pelo processo ao qual foi condenado”, acrescentou Doria.   

Battisti é considerado terrorista na Itália pela sua atuação dentro do grupo de extrema-direita Proletários Armados pelo Comunismo (PAC). (ANSA)


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