Donna Strickland é apenas a terceira mulher, de um total de 112 laureados, a receber o Nobel de Física desde a criação do prêmio, em 1901. As outras foram Marie Curie, em 1903, e Maria Goeppert-Mayer, em 1963.

“É o fim de um jejum de 55 anos, dramático”, disse, em comemoração, a física brasileira Marcia Barbosa, professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e diretora da Academia Brasileira de Ciências (ABC), que há anos chama atenção para a baixa participação e a falta de reconhecimento das mulheres na Física.

Aos 59 anos, nascida em 1959 em Guelph, no Canadá, Donna é hoje um dos principais nomes da física de lasers no mundo. Mas o trabalho pelo qual ela recebeu o Nobel nesta terça-feira (2) foi a sua tese de doutorado, que resultou na sua primeira publicação científica, em dezembro de 1985. À época ela era aluna da Universidade de Rochester, nos Estados Unidos, e seu orientador era Gérard Mourou, com quem ela agora divide a honra da premiação.

Mais um motivo para comemorar, segundo Marcia. Isso porque, muitas vezes, apenas o mérito dos orientadores é reconhecido, enquanto que os alunos – que, muitas vezes, realizam de fato a maior parte do trabalho – passam desconhecidos.

“Estou muito contente que eles reconheceram esse protagonismo do estudante”, diz a física brasileira. “É um estímulo importantíssimo para os jovens cientistas.”

Segundo Marcia, exemplos como esse são essenciais para incentivar meninas a entrar para a carreira científica.

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“Sem dúvida é um exemplo inspirador”, diz o físico Paulo Nussenzveig, da USP. “Ela é uma cientista extraordinária. Não mereceu o Nobel por ser mulher, é uma mulher que mereceu o Nobel.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.D


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