A dona de um salão de eventos foi multada em R$ 215 mil por realizar uma festa clandestina, na noite deste sábado, 5, em Artur Nogueira, interior de São Paulo. É uma das autuações de valor mais alto já registradas no Estado por desrespeito às regras de isolamento social desde o início da pandemia.

A defesa da proprietária informou que vai entrar com recurso. Em todo o Estado, eventos proibidos por causarem aglomeração voltaram a se repetir neste fim de semana. São Paulo vive uma retomada da pandemia, com aumento de casos e hospitais lotados.

Em Artur Nogueira, o flagrante foi dado por agentes da Vigilância Sanitária, por volta das 23 horas, no bairro Coração Criança. A equipe encontrou cerca de 40 pessoas festejando sem máscaras de proteção. A fiscalização de posturas do município aplicou multa de R$ 3,3 mil por perturbação do sossego público.

Já a vigilância sanitária aplicou multa de R$ 211,7 mil por violação às regras de isolamento durante a pandemia. O estabelecimento, que não tinha alvará de funcionamento, foi lacrado. “Artur Nogueira está com 100% dos leitos de UTI ocupados neste momento”, informou a prefeitura.

Em Ribeirão Preto, a força-tarefa integrada pelo município, Ministério Público e Polícia Militar encerrou cinco eventos no fim de semana, conforme balanço divulgado neste domingo. Na Rua Recife, um “bailão” reunia cerca de cem pessoas. Em uma festa infantil na zona norte estavam outras 80 pessoas, a maioria sem máscara.

Uma festa, na rua Tietê, tinha DJs e cerca de cem pessoas, mas eram esperadas outras 300. As equipes detectaram também uma rave em uma chácara do Jardim Canadá, mas não conseguiram acesso ao local e encaminharam o caso à Polícia Civil.

Em Sorocaba, a operação integrada da Guarda Civil Municipal e Vigilância Sanitária flagrou uma festa com cerca de 200 jovens com idades entre 16 e 25 anos, em uma chácara do bairro Mato Dentro. O evento, com cobrança de ingresso, foi divulgado na internet. Com a chegada das viaturas, muitos jovens correram para o mato, deixando para trás 30 veículos, entre carros e motos.

O organizador do evento e o proprietário da chácara foram multados. Centenas de garrafas de bebidas e latas de energético sem nota fiscal foram apreendidas. A operação autuou mais seis estabelecimentos e multou 214 veículos em outras aglomerações.

Uma festa clandestina com 200 pessoas foi interrompida pela fiscalização em uma chácara no Recanto dos 18, em São José do Rio Preto, na madrugada deste domingo. Uma adolescente e um jovem que se apresentaram como organizadores foram encaminhados para o plantão da Polícia Civil. Outros 15 menores que estavam no evento foram apresentados à Vara da Infância e Juventude. Outra festa clandestina com 78 pessoas foi interrompida no Jardim Nazareth.

Em Marília, a Vigilância Sanitária pediu apoio à Polícia Militar para paralisar uma festa infantil com DJ, na noite de sábado, na zona sul da cidade. Os proprietários e os contratantes da festa vão responder por crime contra a saúde pública.

A Polícia Civil barrou 11 festas clandestinas com aglomerações do feriado de Corpus Christi, na quinta-feira, 3, até este domingo, 6, em Campos do Jordão. A maioria dos eventos acontecia em casas de veraneio de alto padrão. Algumas tinham estrutura de megaeventos, com sistemas potentes de som e banheiros químicos para os convidados.

Segundo a polícia, as principais ações aconteceram após as 21 horas, horário de fechamento dos bares e restaurantes. Em uma das festas, os organizadores cobravam R$ 1 mil pela entrada – os convidados chegavam em carros de luxo. Desde o feriado, a cidade registra grandes aglomerações. Apesar das restrições anunciadas pela prefeitura, cerca de 60 mil turistas visitaram Campos do Jordão durante o feriado prolongado.

Litoral e capital

Em São Sebastião, litoral norte de São Paulo, cerca de mil pessoas foram flagradas em festas clandestinas até este domingo, segundo a prefeitura. Na praia de Cambury, 150 pessoas estavam em uma festa promovida por um bar. Outras 200 participavam de um baile de rua, quase todas sem máscara. Em Maresias, a guarda municipal flagrou uma festa de rua com cerca de 500 pessoas e pediu reforço à Polícia Militar para dispersar o público. O proprietário de uma casa foi multado por reunir cerca de 100 pessoas em uma festa privada.

Moradores de Santos denunciaram uma festa de debutante com grande aglomeração de pessoas em um bufê do bairro Gonzaga. O evento, feito para comemorar o aniversário de uma adolescente de 15 anos, moradora da cidade, reuniu mais de uma centena de convidados e ninguém usava máscara de proteção. A prefeitura informou que vai apurar o caso e autuar os transgressores das regras de isolamento social.

Em São Paulo, o comitê de blitze do governo estadual e da Prefeitura encerrou uma festa clandestina na Mooca, zona leste da capital, com 225 pessoas. Entre os participantes do evento, 68 não usavam máscaras. Viaturas das polícias civil e militar deram apoio à ação da Vigilância Sanitária estadual e de órgãos de fiscalização do município. Entre a noite de sábado e a madrugada deste domingo, seis estabelecimentos foram autuados nos bairros Liberdade, Aclimação, Jardim Paulista, Bela Vista, Consolação e Parque da Mooca.