18/04/2022 - 14:20
SÃO PAULO (Reuters) – O dólar era negociado em queda contra o real na tarde desta segunda-feira, voltando a se aproximar das mínimas do pregão, movimento descolado da ampla força da moeda norte-americana no exterior.
Às 14h09 (de Brasília), o dólar à vista caía 0,7%, a 4,6615 reais na venda, depois de recuar 0,87% no piso do dia, a 4,6559 reais. Mais cedo a moeda chegou a operar em território positivo, indo a 4,7098 reais na máxima, alta de 0,28%.
Na B3, às 14:19 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,83%, a 4,6785 reais.
A baixa no mercado local destoava da alta de mais de 0,3% do índice do dólar contra uma cesta de seis moedas de países ricos, bem como da desvalorização da maioria das divisas emergentes, como pesos colombiano e chileno, sol peruano e rand sul-africano. O dólar era apoiado no exterior pela disparada dos rendimentos dos títulos soberanos norte-americanos.
Jefferson Rugik, diretor-executivo da Correparti Corretora, atribuiu a performance do dólar no mercado local a um “desmonte de posições defensivas no mercado futuro” após um dado de inflação doméstico mais forte do que o esperado alimentar apostas de que o Banco Central estenderá seu ciclo de aperto monetário para além da próxima reunião do Copom, em maio.
A Fundação Getulio Vargas (FGV) informou nesta segunda-feira que o Índice Geral de Preços-10 (IGP-10) disparou a 2,48% em abril, resultado acima da expectativa em pesquisa da Reuters, de alta de 2,20%.
Juros mais altos por aqui tendem a beneficiar o real, já que tornam a renda fixa local mais atraente para investidores estrangeiros. A Selic está atualmente em 11,75% ao ano.
Nesta sessão de liquidez reduzida, devido a feriado na Europa e em outras praças globais, investidores focavam dados sobre o crescimento da China, que, embora tenha surpreendido positivamente no acumulado do primeiro trimestre, perdeu fôlego em março.
Também estava no radar a pauta fiscal doméstica, após o secretário especial do Tesouro e Orçamento do Ministério da Economia, Esteves Colnago, dizer que ainda não há decisão tomada sobre reajustes a servidores federais neste ano.
Em entrevista sobre o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2023, Colnago afirmou que o governo está prevendo em suas contas um gasto de 11,7 bilhões de reais para aumentos salariais no ano que vem.
(Por Luana Maria Benedito)