Por Luana Maria Benedito

SÃO PAULO (Reuters) – O dólar acelerou a alta no fim da manhã desta sexta-feira, chegando a superar a marca de 5,15 reais, em meio à força da moeda norte-americana no exterior e pouco antes da definição da Ptax de fim de mês.

Às 12:42, o dólar à vista avançava 1,34%, a 5,1475 reais na venda. Na máxima do pregão, a moeda norte-americana saltou 1,53%, a 5,1570 reais na venda.

Na mínima, tocada ainda na abertura, a moeda teve variação negativa de 0,06%, a 5,0765 reais.

Lá fora, o índice do dólar, que até 11h estava em torno da estabilidade, subia 0,26%, tomando distância da mínima em um mês atingida na véspera.

Dados desta sexta-feira mostraram que os gastos do consumidor dos Estados Unidos subiram mais do que o esperado em junho, enquanto a inflação anual superou ainda mais a meta de 2% do Federal Reserve.

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Recentemente, a possibilidade de preços persistentemente mais altos na maior economia do mundo tem preocupado investidores, em meio ao receio de que a inflação force o Fed a apertar sua política monetária mais cedo do que o esperado.

Na quarta-feira, o chair do Fed, Jerome Powell, conseguiu acalmar boa parte desses medos, dizendo que a alta dos juros segue distante e que o mercado de trabalho ainda tem “algum terreno a recuperar”.

Nesta sexta, no entanto, o presidente do Federal Reserve de St. Louis, James Bullard, disse que o banco central deveria começar a reduzir suas compras mensais de títulos já neste ano, abrindo caminho para um aumento de juros em 2022, se necessário.

Enquanto isso, no mercado local, vários analistas chamavam a atenção para a “briga” antes da definição da Ptax de fim de mês, com as posições compradas se destacando. A Ptax é uma taxa de câmbio calculada pelo BC, que serve de referência para liquidação de derivativos. No fim de cada mês, agentes financeiros costumam tentar direcioná-la para níveis mais convenientes a suas posições.

COPOM NO RADAR

Na semana que vem, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil se encontra para decidir o novo patamar da taxa Selic. Alguns agentes do mercado esperam elevação de 0,75 ponto percentual nos juros básicos, enquanto outros apostam em alta de 1 ponto.

A elevação, se confirmada, tem potencial para pressionar a moeda norte-americana, somando-se ao posicionamento “dovish” do Federal Reserve em seu último encontro.

“Como o Fed não sinalizou uma desestimulação da economia, os investidores começam a voltar seus olhos para moedas de países emergentes”, explicou à Reuters Lucas Schroeder, diretor de operações da Câmbio Curitiba. “Como o movimento interno é o oposto, de aumento da Selic, isso pode estimular a entrada de recursos.”

No entanto, alertou Schroeder, os aspectos promissores para o real são compensados por um cenário político doméstico incerto, bem como pela disseminação da Covid-19. Recentemente, a cepa Delta do coronavírus, altamente contagiosa, tem preocupado investidores internacionais.

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