O dólar opera com viés de baixa no mercado doméstico e em linha com o sinal externo nesta sexta-feira, 24, após oscilar nos primeiros negócios e de ter fechado em alta na quinta-feira, 23. O investidor precifica o apetite por ativos de risco no exterior, diante da sinalização do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que a chinesa Huawei, do setor de telecomunicações, poderia fazer parte do acordo comercial entre os americanos e a China, apesar de a companhia ser considerada por ele “muito perigosa” à segurança nacional. Trump confirmou também que irá se encontrar com o presidente chinês, Xi Jinping, durante as reuniões do G-20 que acontecerão em junho.

Internamente, há a um compasso de espera pela votação da MP 870, que reestrutura ministérios, pelo Senado na próxima semana, em meio a notícias de que o PSL, partido do presidente da República, vai tentar devolver o Coaf para o Ministério da Justiça, mudando texto aprovado pela Câmara, o que pode levar a MP a caducar uma vez que o seu prazo de validade é 3 de junho.

A queda ante o real é limitada por ruídos políticos e alguma cautela antes das manifestações de ruas pró-Bolsonaro no domingo (26). Está no radar o aviso do ministro da Economia, Paulo Guedes, em entrevista à Revista Veja, de que, se os parlamentares aprovarem algo que represente uma economia menor que R$ 800 bilhões, não há a menor possibilidade de lançar uma nova Previdência. Ele também afirmou que pode deixar o governo diante do fracasso da reforma.

O mercado olha também os juros fracos após a desaceleração do IPCA-15 de maio, que subiu 0,35%, ante 0,72% em abril, ficando abaixo mediana (0,41%) do Projeções Broadcast.

Investidores estão avaliando ainda a mudança nas regras de depósitos compulsórios de determinadas instituições, anunciada na noite de quinta pelo Banco Central. Analistas financeiros disseram ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, que, na prática, a medida reduz o recolhimento compulsório em R$ 8,2 bilhões o que significa a injeção desse dinheiro na economia estagnada, sinalizando a possibilidade de redução da taxa Selic neste ano. Do ponto de vista cambial, um corte da taxa deve diminuir o diferencial de juros interno e externo, tirando atratividade do País para o investidor estrangeiro.

Às 9h42 desta sexta, o dólar á vista caía 0,49%, a R$ 4,0278. O dólar futuro para junho recuava 0,33% neste mesmo horário, aos R$ 4,0305.

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