O dólar volta a exibir uma queda mais firme, mas sem renovar mínimas. O ajuste está em linha com o dólar fraco no exterior e reflete ainda sinais de boa vontade do governo e do Congresso para encontrar saídas para o problema fiscal do País, diz José Raimundo Faria Júnior, diretor da Wagner Investimentos.

“As últimas notícias sobre a questão fiscal são melhores, como a antecipação de recursos do BNDES e possivelmente da Caixa também ao Tesouro, via devolução de empréstimos, além do Banco Central, por meio de repasse de lucros em operações cambiais”, afirma.

Ele cita ainda a disposição do Senado de votar a lei do gás, o marco das ferrovias e a autonomia do BC, o que demonstra que os parlamentares querem colaborar com o ajuste fiscal, ainda que o mercado queira mesmo é a votação de um pacote de corte de gastos e as votações da PEC Emergencial, do Orçamento de 2021 e uma definição do renda cidadã.

Do lado externo, segundo ele, pesam as expectativas do pacote fiscal nos EUA e a aposta do mercado na vitória de Joe Biden na eleição presidencial de 3 de novembro, que tende a fazer mais gastos fiscais. “Independente de quem ganhe nos EUA, vai ter mais estímulos, mas se Biden sair vitorioso, o volume de gastos tende a ser maior ainda”, avalia.

Por isso, o diretor afirma que os juros dos Treasuries estão em alta, uma vez que a perspectiva de elevação do gasto fiscal aumenta o risco da dívida americana.

Às 11h47, o dólar à vista caía 0,52%, a R$ 5,5839. O dólar futuro para novembro recuava 0,44%, a R$ 5,5845.

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