O dólar fechou em leve queda nesta quarta-feira, 26, de 0,13%, após o dia agitado de terça-feira, terminando a quarta-feira em R$ 3,8471. As mesas de operação monitoraram os desdobramentos dos debates da reforma da Previdência na comissão especial da Câmara e causou certa frustração nos agentes o fato de a votação do texto ter praticamente ficado para a semana que vem. O aumento da procura pela moeda americana no mercado à vista prosseguiu nesta quarta em ritmo menos intenso que na véspera, segundo operadores. Mesmo assim, o Banco Central injetou mais US$ 1 bilhão no mercado nesta quarta, o segundo leilão de dólares em dois dias.

No final da tarde, o dólar à vista seguia negociado com cotação mais alta que a do mercado futuro, movimento que costuma ser observado nos finais de cada mês e um indicativo de demanda pressionada no mercado à vista. Com isso, o dólar casado (a diferença entre os dois preços) segue no negativo, mas a diferença, que subiu para mais de um ponto na terça, estava em cerca de 0,20 ponto na tarde desta quarta. Por ser final de semestre, trimestre e mês, cresce a procura por dólares para remessas ao exterior de lucros e dividendos.

Para a economista-chefe da Azimut Brasil Wealth Management, Helena Veronese, se o texto da reforma fosse votado nesta quinta na comissão especial, como inicialmente esperado, o dólar poderia estar mais barato. Mas o sinal de que ficou para a semana que vem trouxe certa cautela ao mercado. A expectativa é que a votação ocorra na segunda-feira (1º), mas se houver novos adiamentos, fica mais difícil que os deputados votem as medidas no plenário antes do recesso parlamentar, ressalta ela. Se o texto for aprovado na Câmara até meados de julho, os ativos domésticos podem ter nova rodada de melhora.

Além da Previdência, o exterior também teve peso importante. A declaração do secretário do Tesouro americano, Steven Mnuchin, de que o acordo comercial entre a China e os Estados Unidos estaria “90% completo”, afetou as cotações do dólar no mercado financeiro internacional mais cedo e aumentou ainda mais a expectativa pela reunião do G-20 no Japão, no final de semana. Isso trouxe certa prudência no mercado, tanto que o dólar operou misto, com leve alta ante algumas divisas fortes e alguns emergentes, como o rublo da Rússia e o peso da Argentina, e queda ante países como México, África do Sul e Turquia. “Enquanto esperamos um aperto de mão entre EUA-China no G-20 no Japão, acreditamos que a incerteza sobre a política comercial deve persistir e continuar pesando nas perspectivas econômicas”, destacam os estrategistas em Nova York do Citibank.


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