Na expectativa pelo final da reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), que termina nesta quarta-feira (19), os investidores preferiram adotar uma postura mais cautelosa, sem fazer grandes apostas. O dólar passou boa parte da tarde próximo da estabilidade, embora com tendência de alta. No final do dia, a moeda terminou em R$ 3,9036, com valorização de 0,11%.

Operadores de câmbio relatam que a demanda pela moeda americana no mercado à vista seguiu pressionada, por conta da necessidade de recursos por empresas e fundos para envios ao exterior, como é comum nesta época do ano. Esse movimento contribuiu para que o real se descolasse de outras moedas de emergentes, que ganharam valor ante o dólar, como as divisas da África do Sul, Turquia e México. A pressão compradora ajudou o dólar a bater na máxima pela manhã, a R$ 3,9176. O volume de negócios no mercado à vista foi de US$ 2,4 bilhões, um dos mais altos das últimas semanas. O giro foi bom também no mercado futuro, com US$ 18 bilhões. Nesta terça, porém, o Banco Central preferiu ficar fora do mercado e não fez novos leilões.

Um dos indicadores de que o mercado à vista está mais pressionado é a taxa do cupom do casado (juro em dólar), que estava em 4,7% no final da tarde desta terça, ante 4,9% de segunda. O patamar está acima da média da taxa em momentos de menor pressão de demanda, na casa dos 3%, mas abaixo dos dias mais tensos do final de novembro, quando superou os 6% e levou o BC a chamar os primeiros leilões de linha desde agosto.

“Tem havido pressão no mercado à vista, mas está diminuindo”, ressalta o operador da CM Capital, Thiago Heide Silêncio. Além da questão técnica da maior procura por dólar em dezembro, ele ressalta que o investidor aguarda o final da reunião do Fed para ver pistas do que pode ocorrer com os juros em 2019 e monitora os passos da equipe de transição de Jair Bolsonaro, embora no mercado doméstico não tenham surgido notícias que afetassem os preços do câmbio.

A reunião do Fed termina às 17h (de Brasília), pegando o mercado de câmbio ainda aberto. “Uma nova alta de juros é amplamente esperada, a quarta este ano, e mudanças no comunicado podem dar indicações adicionais sobre o que esperar do ritmo de altas em 2019, que podem ser potencialmente mais lentas”, avalia a economista-chefe da corretora Stifel Nicolaus, Lindsey Piegza. Além disso, o Fed vai divulgar novas projeções para os juros e outros indicadores, como o Produto Interno Bruto (PIB), e seu presidente, Jerome Powell, fala com a imprensa após a reunião.

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