O mercado de câmbio operou nesta segunda-feira, 22, na expectativa pela reunião desta terça-feira (23) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, que pode votar a admissibilidade da reforma da Previdência. Em dia de agenda local esvaziada e de feriado na Europa, Hong Kong e Oceania, o volume de recursos foi baixo, caindo à metade da média da semana passada. No exterior, a moeda americana subiu ante emergentes, como México (+0,29%) e principalmente na Argentina (+1,75%), o que ajudou a pressionar o real. No mercado doméstico, o dólar terminou em leve alta de 0,07%, cotado em R$ 3,9329.

No final da tarde, a oposição tentava adiar a sessão da CCJ, querendo saber, entre outros pontos, detalhes dos cálculos do governo sobre a economia fiscal com cada item da reforma da Previdência. “Se a sessão não for suspensa, apresentaremos questão de ordem (para não votar)”, disse o deputado Alessandro Molon (PSB-RJ). Já a deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP), líder do governo no Congresso, disse que o prazo para discussão é nesta quarta-feira. “O governo não está se furtando a conversar sobre nenhum ponto da PEC”, disse ao falar da possibilidade de mudança no texto original.

“O mercado passou o dia esperando a votação da CCJ”, disse o operador de câmbio da corretora Necton, José Carlos Amado. “Na ausência de novidades, evitou tomar posições”, completou, ressaltando que mesmo no exterior, o dia foi mais fraco e as notícias se concentraram pela manhã na China, com Pequim acenando para a possibilidade de “reformas estruturais” no lugar de estímulos à economia, após dados recentes de atividade virem melhores que o esperado.

Na avaliação do diretor de um banco estrangeiro, se a proposta de reforma da Previdência for diluída na CCJ como sinalizado nas últimas declarações em Brasília, o impacto fiscal das medidas pouco deve se reduzir em relação à proposta original e a expectativa vai recair para as discussões na comissão especial. Ele avalia que o governo vai conseguir aprovar “alguma reforma”, porque aumentou a consciência em Brasília da necessidade de se aprovar ao menos algumas medidas para ajudar a estabilizar o crescimento da dívida pública. No final da tarde, o secretário especial da Previdência, Rogério Marinho, disse em entrevista à Rádio Globo que “nunca viu clima tão favorável” dentro do Congresso para aprovar a Previdência.


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