O dólar avançou levemente ante rivais nesta terça-feira, diante de um noticiário vasto. As tensões comerciais entre Estados Unidos e China, renovadas após a entrada em vigor do novo lote de tarifas imposto por Washington às importações asiáticas, bem como os dados fracos da indústria americana, depreciaram o dólar em relação a moedas mais seguras. A libra esterlina também se fortaleceu ante a divisa americana, após o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, perder maioria no Parlamento. O euro praticamente estável ante o dólar, contudo, manteve o índice DXY, que mede a moeda dos EUA entre uma cesta de outras seis, no campo positivo, ajudado pela leve alta do dólar americano ante o dólar canadense.

Próximo ao horário de fechamento em Nova York, o dólar caía a 106,05 ienes e a 0,9875 francos suíços, enquanto o euro avançava levemente a US$ 1,0973 e a libra, a US$ 1,2088. Na mesma marcação, o dólar subia a 1,3335 dólares canadenses. Já o índice DXY fechou em alta de 0,08%, chegando aos 99,000 pontos – ao longo do dia, ele chegou a atingir 99,370 pontos, o maior patamar desde meados de 2017. O BBH acredita em novas altas do DXY nos próximos dias.

As tensões comerciais entre EUA e China ganharam novo capítulo nesta terça-feira, primeiro dia de pregão de alta liquidez – já que segunda foi feriado em solo americano – desde que o novo lote de tarifas impostas por Washington a importações asiáticas entrou em vigor, em 1º de setembro. O presidente americano, Donald Trump, chegou a declarar, nesta terça, que a China teria dificuldade em negociar um acordo caso ele conquistasse um novo mandato, embora tenha dito que as negociações entre os dois países estão indo bem.

Ajudou no clima de cautela a divulgação do índice de atividade industrial americana, que caiu de 51,2 em julho para 49,1 em agosto. A leitura abaixo de 50 indica que o setor está em contração. Com isso, investidores buscaram moedas consideradas mais seguras em relação à americana, como o iene e o franco suíço.

No outro lado do Atlântico, a notícia de que Boris Johnson perdeu maioria no Parlamento – o que dificulta sua articulação para barrar um adiamento do Brexit – fez com que a libra invertesse a tendência de queda e passasse a avançar sobre o dólar.

Na Argentina, o pacote de medidas anunciado no domingo pelo governo local, como forma de conter a disparada do dólar, parece começar a surtir efeito, ao menos por ora. Nesta terça, o dólar recuou a 55,9655 pesos argentinos em Nova York e a 57,00 pesos no mercado local. Foram leiloados 232,184 bilhões de pesos em Letras de Liquidez (Leliqs), com taxa média, equivalente à de política monetária, de 85,732%.