Dólar tem ajuste leve com Oriente Médio e decisões de BCs no foco

O dólar oscila mais perto da estabilidade na manhã desta quarta-feira, 18, após exibir viés de baixa no mercado à vista, pressionado pela desvalorização externa da divisa americana em meio a uma leve alta do petróleo. Investidores ajustam posições intradia, de olho no alongamento do conflito entre Israel e Irã e ameaças dos EUA de atacar usinas nucleares iranianas, enquanto aguardam a decisão de juros do Fed e a entrevista de Jerome Powell, à tarde. A expectativa é de manutenção das taxas americanas.

Os juros futuros de curto prazo oscilam perto dos ajustes anteriores, no aguardo também da decisão do Copom, enquanto as taxas médias e longas sobem moderadamente por cautela em meio a uma divisão de apostas para a Selic – manutenção e alta de 0,25 pp – e espera de leilão de títulos prefixados do Tesouro.

O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA), Rafael Grossi, afirmou que instalações importantes da usina nuclear de Natanz, no Irã, foram gravemente atingidas por Israel, enquanto a de Fordow, situada nas montanhas, não apresenta nenhum dano significativo até o momento.

O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, afirmou que seu país não se renderá e que qualquer intervenção militar dos EUA trará “consequências irreparáveis”.

No Japão, as exportações, um motor principal de crescimento para a economia do país, caíram pela primeira vez em oito meses em maio, reforçando a visão de que o impacto das tarifas do presidente americano, Donald Trump, pode limitar as ações do Banco do Japão (BoJ) em relação ao aumento das taxas de juros.

O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, anunciou que o governo enviará ao Congresso, na próxima semana, um projeto para reduzir em 10% os benefícios fiscais, com expectativa de aumentar a arrecadação em R$ 20 bilhões por ano. A proposta deve preservar a Zona Franca de Manaus, o Simples e as deduções do Imposto de Renda. Durigan também afirmou que, se o Congresso derrubar o decreto que eleva o IOF, o governo poderá adotar novos bloqueios orçamentários ou ampliar a MP já em vigor com medidas compensatórias.

A Frente Nacional dos Consumidores de Energia (FNCE) estuda acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) contra a derrubada dos vetos a trechos do marco legal das eólicas offshore. Segundo a entidade, a medida pode impor um custo adicional de R$ 197 bilhões aos consumidores nos próximos 25 anos, com impacto estimado de 3,5% de aumento nas contas de luz.