O dólar abriu em alta no segmento à vista e estável no futuro, numa manhã marcada por agenda externa fraca e cena política em foco no Brasil. Pouco depois, a moeda marcou mínima, em queda, inclusive no segmento spot, por conta de perdas da divisa dos EUA no mercado global. Pesa contra a moeda brasileira a cena política doméstica. A favor, está a expectativa por mais detalhes sobre a última decisão de política monetária do Banco Central (BC) na ata do Copom, a ser divulgada na terça-feira (11), e a aposta de parte do mercado por um tom hawkish.

A favor do real, a manhã desta segunda-feira, 10, também traz a valorização de algumas commodities importantes para o Brasil. O preço do minério de ferro teve um salto no mercado chinês, diante da perspectiva de aquecimento da economia com o avanço da vacinação no mundo, enquanto o petróleo sobe em torno de 1% por conta de demanda e também de problemas na oferta nos EUA em razão de um ataque cibernético a um importante oleoduto.

“Por aqui, as permanentes turbulências políticas e a semana carregada a partir de amanhã estimulam alguma cautela, o que pode gerar pequenas correções após os movimentos da sexta”, escreve Silvio Campos Neto, da Tendências Consultoria. À turbulência política causada pela criticada gestão da pandemia, pela CPI da Covid, soma-se a revelação, pelo Estadão neste domingo, 9, de um esquema de patrocínio de aliados, batizado de Bolsolão. O orçamento secreto do presidente Jair Bolsonaro destinou R$ 3 bilhões para parlamentares comprometidos em apoiar o governo além de turbinar a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), estatal loteada pelo Centrão que vai aplicar cerca de um terço desses recursos por imposição dos políticos que a controlam.

Às 9h31 desta segunda, o Dollar Index (DXY), que tinha alta mais cedo, recuava 0,15% aos 90,093 pontos. O dólar spot marcou mínima em queda aos R$ 5,2256, -0,06%. Na máxima, foi aos R$ 5,2526 (+0,46%). O futuro caía aos R$ 5,2435 (-0,10%).