Após abrir nesta quinta-feira, 29, em queda na esteira do recuo do risco Brasil diante da aprovação da reforma trabalhista com ampla margem de votos na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado e do corte da meta de inflação para 2019 (4,25%) e 2020 (4,00%), o dólar passou a subir. A moeda se movimenta com a pressão da disputa técnica em torno da formação da taxa Ptax de fim de mês, que será definida na sexta-feira, 30, e precificando a possibilidade de o governo aumentar impostos para compensar a queda da arrecadação, segundo o diretor da corretora Mirae, Pablo Spyer.

Às 9h45, o risco Brasil medido pelo contrato de swap de default de crédito (CDS) de cinco anos recuava 0,17%, para 238,537 pontos. Na quarta-feira, 28, o risco Brasil fechou em 238,951 pontos-base.

Spyer diz que o mercado ajusta posições compradas em dólar porque o mercado está em alerta com eventual aumento de impostos, o que poderá atrasar ainda mais a recuperação da economia, empurrando o PIB do País ainda mais para baixo.

Na abertura, a moeda americana recuou precificando o anúncio de corte da meta de inflação para 4,25% em 2019 e para 4% para 2020, além da aprovação da reforma trabalhista na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. A queda dos juros futuros na esteira ainda da terceira deflação mensal seguida no Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) de junho também é monitorada pelos agentes de câmbio.

O IGP-M caiu 0,67% em junho, após recuo de 0,93% em maio, ficando dentro do intervalo das estimativas de analistas do mercado (entre queda de 0,72% a de 0,40%), e abaixo da mediana negativa de 0,65%. Com o resultado de junho, o IGP-M entrou no campo deflacionário em 12 meses, com retração de 0,78%. Essa é a primeira queda em 12 meses do indicador desde janeiro de 2010 (-0,67%). No ano, o recuo já acumula 1,95%.

Já o crescimento econômico dos Estados Unidos no primeiro trimestre deste ano foi bem recebido por ter sido mais forte do que se pensava anteriormente, ao avançar a uma taxa anualizada de 1,4% entre janeiro e março, considerando-se ajuste sazonais. O dado apenas ajudou a tirar um pouco da força do euro frente o dólar no exterior.

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Economistas entrevistados pelo Wall Street Journal esperavam uma revisão para 1,2%, igual estimativa do governo no fim de maio. A revisão para cima reflete uma exportação mais forte e gastos com consumo em serviços durante o primeiro trimestre, ofuscado em parte por um enfraquecimento do investimento em negócios em estruturas. No quarto trimestre de 2016, a maior economia do mundo cresceu a uma taxa de 2,1%. Os gastos dos consumidores, que representam cerca de dois terços do PIB, aumentaram 1,1% no último trimestre, ante uma estimativa anterior de 0,6%.

Às 9h56, o dólar à vista subia 0,23%, aos R$ 3,2905. O dólar futuro para julho avançava 0,26%, aos R$ 3,2915.


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