Os mercados financeiros operaram nesta segunda-feira, 11, com certo otimismo em relação ao processos de reabertura econômica em alguns países da Europa e estados americanos, mas muitos investidores temem uma segunda onda de infecções por covid-19, que leve à necessidade de novas paralisações nas atividades. Essa cautela gerou uma busca maior pela segurança do dólar e a moeda americana começou a semana em alta ante outras divisas fortes.

No fim da tarde em Nova York, o dólar subia a 107,68 ienes, enquanto o euro recuava a US$ 1,0816 e a libra registrava baixa a US$ 1,2338. O índice DXY, que mede a variação da divisa americana ante uma cesta de seis rivais, subiu 0,50%, a 100,236 pontos.

“Depois de ver fortes pressões de venda no início da sexta-feira, o dólar recuperou a maior parte de suas perdas antes do fim de semana e está aproveitando essa recuperação hoje”, afirmam analistas do Brown Brothers Harriman (BBH).

Ainda que países europeus e estados americanos estejam relaxando as medidas de isolamento social, o risco de uma segunda onda de contágio do coronavírus gera apreensão. Na China, autoridades relataram 17 novos casos de coronavírus hoje, segundo aumento diário consecutivo. A cidade de Wuhan, onde começou a pandemia, voltou a registrar casos da doença após mais de um mês sem novas infecções.

Para o analista Boris Schlossberg, da BK Asset Management, o mercado de câmbio parece estar apostando novamente no dólar. “Os participantes do mercado acreditam que os EUA se recuperarão mais rápido e com mais força que a Europa”, avalia Schlossberg.

A libra, por sua vez, é pressionada por novas incertezas sobre o Brexit, segundo o analista de mercado Joe Manimbo, do banco americano Western Union. Já o euro, de acordo com o BBH, ainda sofre pressão da disputa entre o Banco Central Europeu (BCE) e um tribunal alemão sobre a constitucionalidade de algumas partes do programa de compra de ativos da autoridade monetária.

Ante divisas emergentes e ligadas a commodities, a moeda americana subia a 73,691 rublos russos, a 18,4371 rands sul-africanos, a 23,9094 pesos mexicanos e a 67,3822 pesos argentinos, no final da tarde em Nova York. Na Argentina, o prazo para as negociações da reestruturação da dívida do país com credores privados foi estendido até 22 de maio, em meio a impasses.