O dólar avançou sobre outras moedas fortes no pregão desta sexta-feira, 19, em meio à cautela com o aumento dos casos de covid-19 em alguns estados americanos. Ameaças do secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, à China também pesaram no sentimento do mercado.

No fim da tarde em Nova York, o dólar operava estável a 106,86 ienes, enquanto o euro recuava a US$ 1,1189 e a libra cedia a US$ 1,2357. O índice DXY, que mede a variação da moeda americana em relação a seis rivais fortes, registrou ganhos de 0,21%, a 97,623 pontos, com avanço semanal de 0,31%.

O aumento das infecções por coronavírus nos EUA levou a Apple a anunciar o fechamento de 11 lojas no país, localizadas na Flórida, no Arizona, na Carolina do Sul e na Carolina do Norte. O crescimento dos casos de covid-19 também fez com que operadoras de cruzeiros estendessem a suspensão das atividades nos portos americanos por mais três meses. As notícias aumentaram a cautela e reforçaram o temor de uma segunda onda da pandemia.

A busca por segurança também foi impulsionada por declarações de Pompeo contra a China, apenas algumas horas após a Bloomberg noticiar que Pequim aumentaria as compras de produtos agrícolas americanos. “Acreditamos que é uma responsabilidade real garantir que tenhamos a capacidade de desafiar qualquer ameaça militar que o Partido Comunista da China venha a impor aos EUA”, disse o secretário, em um evento virtual.

Em meio às negociações para um acordo comercial entre o Reino Unido e a União Europeia, após o Brexit, a libra e o euro recuaram hoje. Presidente do Conselho Europeu, Charles Michel reforçou que as tratativas precisam ser intensificadas. Líderes europeus também se reuniram hoje para discutir o plano de recuperação de 750 bilhões de euros proposto em maio pela Comissão Europeia, mas um acordo só deve ser alcançado no final de julho.

Analista de mercado do Western Union, Joe Manimbo também destaca que a libra se enfraqueceu com o aumento da dívida pública do Reino Unido, que excedeu 100% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, “ofuscando uma recuperação maior do que o esperado nos gastos dos consumidores locais”.

Ante moedas emergentes e ligadas a commodities, o dólar também se enfraqueceu. No final da tarde em Nova York, a moeda americana caía a 22,6061 pesos mexicanos, a 69,7424 pesos argentinos e a 17,3114 rands sul-africanos.

Segundo o jornal El Cronista, no entanto, o dólar blue subiu a 128 pesos argentinos hoje, no dia em que vence o prazo para a Argentina renegociar a dívida com credores privados. As tratativas, porém, devem ser prorrogadas, segundo o jornal Ámbito Financiero. Na avaliação do economista Quinn Markwith, da consultoria britânica Capital Economics, “o risco de um default desordenado e de uma batalha legal prolongada aumenta”.