O dólar subiu ante o euro e a libra, nesta quarta-feira, 11, em meio ao pânico em relação ao coronavírus, agora considerado uma pandemia pela Organização Mundial de Saúde (OMS), e a busca por segurança nos mercados financeiros. A expectativa por cortes de juros pelo Banco Central Europeu (BCE) aumentou na véspera da reunião do banco, o que enfraqueceu o euro. O dólar perdeu força, porém, ante o iene e o franco suíço, moedas consideradas mais seguras.

No fim da tarde de Nova York, o euro recuava a US$1,1279, e a libra caía a US$ 1,2837. A moeda americana recuava a 118,12 ienes, e a 0,9383 francos suíços, no mesmo horário. O índice DXY, que mede o dólar ante outras divisas principais, registrou alta de 0,10%, a 96,507 pontos.

Para o Wester Union, o dólar, apesar da alta, não está fora de perigo, “já que as preocupações com o coronavírus aumentam o risco de uma recessão nos Estados Unidos, um cenário terrível que pode levar o Fed a reduzir as taxas de juros e potencialmente reiniciar as medidas de QE (relaxamento quantitativo)”.

A fraqueza do euro estaria associada às expectativas de um corte de juros maior pelo BCE do que vinha sendo esperado pelo mercado. A presidente da instituição, Christine Lagarde, alertou que a Europa poderá enfrentar um choque econômico no estilo de 2008 se os governos europeus não fornecerem uma resposta coordenada.

Para a analista do BK Asset, Kathy Lien, a fala de Lagarde indica medidas para impulsionar a economia. “Essa preocupação é um sinal de que um grande anúncio será feito nesta quinta-feira”, diz a analista. “Para fornecer apoio genuíno à economia, o BCE precisa fazer mais do que cortar a taxa de juros. Os investidores devem esperar um pacote de medidas destinadas a aumentar a liquidez e fornecer financiamento barato”, acrescenta Kathy Lien.

Ante moedas emergentes e ligadas a commodities, o dólar subia a 21,3903 pesos mexicanos, a 62,6083 pesos argentinos e a 16,2160 rands sul-africanos, no fim da tarde em Nova York.