As novas tensões entre os Estados Unidos e a China, com ameaças do presidente Donald Trump ao país asiático, levaram os investidores a buscar a segurança do dólar nesta segunda-feira, 4. Com isso, a moeda americana se valorizou e subiu em relação a outras divisas fortes, à exceção do iene.
No fim da tarde em Nova York, o dólar caía a 106,70 ienes, enquanto o euro recuava a US$ 1,0902 e a libra cedia a US$ 1,2445. O índice DXY, que mede a variação da divisa americana ante uma cesta de seis rivais, registrou alta de 0,41%, a 99,484 pontos.
“O dólar subiu contra a maior parte de suas rivais à medida que as tensões do mercado aumentaram”, comenta o analista de mercado Joe Manimbo, do banco americano Western Union. Ontem o presidente Donald Trump voltou a elevar o tom contra a China e disse que o país asiático “cometeu um erro, tentou esconder e demorou a avisar sobre a covid-19”. Na semana passada, o republicano já havia ameaçado impor novas tarifas sobre a importação de produtos chineses como punição.
Nesta segunda, o assessor de comércio da Casa Branca Peter Navarro defendeu que é preciso investigar a conduta de Pequim em relação à pandemia. “Alguns temem que a disputa possa levar a novas tarifas comerciais com o potencial de aumentar os ventos contrários ao crescimento global”, diz Manimbo, do Western Union. Para analistas do Brown Brothers Harriman (BBH), a aversão a risco “toma conta” do mercado.
Ante divisas emergentes e ligadas a commodities, a moeda americana caía a 75,070 rublos russos, a 18,6050 rands sul-africanos e a 24,2163 pesos mexicanos, mas subia a 66,9864 pesos argentinos, no final da tarde em Nova York. Hoje, três grupos de credores rechaçaram a proposta de Buenos Aires para renegociar sua dívida, cujo prazo de renegociação termina em uma semana, segundo nota do Ministério da Economia da Argentina.
Já o fluxo de capital para países emergentes, de acordo com o Instituto Internacional de Finanças (IIF), voltou a ficar positivo em abril, no total de US$ 17,1 bilhões, após forte fuga de capital registrada no mês anterior.