O dólar subiu em relação a outras divisas fortes, em meio à escalada na tensão entre Washington e Pequim e após a criação de empregos acima do esperado nos EUA em julho ter gerado certo otimismo com a recuperação da economia americana. Nas últimas semanas, o dólar tem se enfraquecido, entre outros motivos, pela percepção de que a Europa sairá antes da crise.

Perto do horário de fechamento das bolsas de Nova York, o dólar subia a 105,93 ienes, o euro recuava a US$ 1,1787 e a libra cedia a US$ 1,3057. O índice DXY, que mede a variação da moeda americana contra seis divisas fortes, fechou em alta de 0,70%, a 93,435 pontos, e registrou ganho semanal de 0,09%, quase estável.

“O dólar subiu depois que os Estados Unidos registraram quase 1,8 milhão de empregos em julho”, comenta o analista de mercado Joe Manimbo, do Western Union. O resultado do payroll veio melhor do que o esperado por analistas e a taxa de desemprego caiu a 10,2% no mês passado.

Para Manimbo, porém, a retomada da economia dos EUA ainda mostra fraqueza, após a recente aceleração da pandemia de covid-19. “Consequentemente, os dados provavelmente não impedirão de forma significativa a queda do dólar”, avalia.

“O dólar recuperou algumas de suas perdas recentes, mas permanece vulnerável”, apontam analistas do banco de investimentos americano Brown Brothers Harriman (BBH), ao comentaram o impulso que a divisa recebeu do aumento do conflito sino-americano.

Após o presidente americano, Donald Trump, assinar um decreto para banir os aplicativos chineses TikTok e WeChat do país em 45 dias, casos eles nãos sejam comprados por uma empresa dos EUA, a Casa Branca também decidiu impor sanções contra a chefe do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, em reação à nova lei de segurança nacional imposta pelo país asiático ao território.

Em Washington, continua o impasse entre democratas e republicanos em torno de um pacote fiscal trilionário. No final da tarde, o secretário do Tesouro americano, Steven Mnuchin, disse que irá recomendar ao presidente Donald Trump que aja por meio de decretos.

Ante divisas emergentes e ligadas a commodities, o dólar operou sem direção única. No final da tarde em Nova York, a moeda dos EUA caía a 22,3823 pesos mexicanos, mas avançava a 72,7742 pesos argentinos e a 17,6392 rands sul-africanos.

Na mesma marcação, a divisa americana subia a 1,3383 dólares canadenses. Ontem, Trump anunciou a imposição de tarifas sobre o alumínio do Canadá, que prometeu retaliar “dólar por dólar”.