O dólar volta a operar em alta no mercado doméstico na manhã desta terça-feira, 19, em meio ao fortalecimento externo da moeda americana diante da escalada das tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China. Na segunda-feira, 18, o presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçou tarifar mais US$ 400 bilhões em produtos chineses se Pequim continuar retaliando as medidas comerciais de Washington. Em resposta, a China disse que os EUA deram início a uma “guerra comercial”.

Internamente, operadores observam o avanço das segundas prévias de junho do IPC-Fipe (+0,84% ante 0,57% na primeira prévia), e do IGP-M (+1,75% ante 1,20% na segunda prévia de maio) em meio à espera pela decisão de juro do Copom, em reunião que começa nesta terça (10h) e termina na quarta-feira (18h).

Nesta segunda, a precificação de manutenção da Selic na curva de juro a termo estava em 59% e não mais de alta de 0,25 ponto porcentual (41%), ou mesmo de 0,50pp ou 0,75pp como chegou a ser no momento de mais nervosismo dos investidores nas últimas semanas, segundo cálculos da Quantitas Asset.

O Banco Central já programou para esta terça oferta até R$ 10 bilhões em operação compromissada de 9 meses (10h) e até 8.800 contratos de swap (US$ 440 mi) em rolagem de vencimentos de julho (11h30).

Na Europa, fatores locais adicionam pressão de baixa ao euro e libra. Em relação ao euro, o dólar ganha força diante também das incertezas de permanência do governo na Alemanha e após declarações do presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, de que a instituição poderá estender seu gigantesco programa de compras de ativos, conhecido como QE, e adiar elevações de taxas de juros para combater possíveis choques à economia da zona do euro. Sobre a libra pesam as negociações do Brexit, que não avançaram muito desde março, enquanto a cúpula da União Europeia – nos dias 28 e 29 de junho – se aproxima.

Às 9h33 desta terça-feira, o dólar à vista subia 0,87%, aos R$ 3,7734, ante máxima a R$ 3,7834 (+1,14%). O dólar futuro de julho estava em alta de 0,65%, aos R$ 3,7770, ante máxima a R$ 3,7834 (+1,14%).