O dólar se valorizou ante os pares nesta quarta-feira, 17,impulsionado por um avanço maior do que o esperado das vendas no varejo dos Estados Unidos em janeiro, o que sinaliza uma recuperação da economia americana, no momento em que o número de novos casos de covid-19 começa a diminuir. Além disso, a recente alta nos juros dos Treasuries, devido ao aumento das expectativas de inflação no país, torna a moeda mais atrativa.

No fim da tarde em Nova York, o dólar caía a 105,90 ienes, o euro recuava a US$ 1,2043 e a libra cedia a US$ 1,3865. O índice DXY, que mede a variação da moeda dos EUA ante seis pares, registrou alta de 0,49%, a 90,951 pontos.

Depois de terem alcançado o maior nível em um ano ontem, os juros dos títulos do governo americano de longo prazo recuaram hoje. No entanto, a inclinação recente da curva de rendimentos segue impulsionando o dólar. De acordo com o analista de mercado Joe Manimbo, da Western Union, juros maiores “tornam a aposta na moeda dos EUA mais atraente”.

O dólar também foi apoiado pela divulgação de indicadores econômicos dos EUA que mostraram uma recuperação da economia. As vendas no varejo, por exemplo, avançaram 5,3% em janeiro ante dezembro, acima da estimativa de analistas, que previam alta de 1,2%. O índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) também surpreendeu. O aumento foi de 1,3% no mesmo período, contra projeção de avanço de 0,4%. “A volta do consumidor americano após um hiato de três meses manteve o dólar enviesado para cima”, diz Manimbo.

Diretora de estratégia cambial da gestora BK Asset Management, Kathy Lien diz que a alta do dólar sugere “que os investidores ficaram satisfeitos com a tão necessária recuperação na demanda do consumidor”. Ela pondera, contudo, que a queda da moeda americana em relação ao iene indica “menos entusiasmo”. A libra e o euro, por sua vez, se enfraqueceram por causa da força do dólar, segundo Manimbo.

A ata da mais recente reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), divulgada nesta quarta-feira, foi apenas monitorada no mercado cambial. Segundo o documento, os dirigentes da instituição demonstraram pouca preocupação com a alta dos preços e mantiveram a promessa de utilizar todos os instrumentos disponíveis para apoiar a economia. A consultoria britânica Capital Economics avaliou que o Fed manteve uma postura dovish e previu que o clico de aumento dos juros deverá começar apenas em 2024.