Dólar sobe ante libra, em meio a novos temores de um Brexit desordenado

O dólar avançou ante a libra nesta terça-feira, 17, mas recuou ante o iene e o euro, em meio a renovadas incertezas sobre o Brexit, após relatos de que o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, tenta evitar um período longo de transição após a saída do Reino Unido da União Europeia.

Próximo ao horário de fechamento das bolsas de Nova York, o dólar recuava a 109,52 ienes, o euro subia a US$ 1,1151 e a libra registrava queda a US$ 1,3120. O índice DXY, que mede a variação do dólar ante uma cesta de seis rivais fortes, terminou o dia em alta de 0,21%, aos 97,222 pontos.

A rede de televisão britânica ITV News noticiou hoje que Johnson irá se mobilizar para garantir que a fase de transição do Brexit não vá além do fim de 2020.

Analista sênior de mercado do Western Union, Joe Manimbo afirma que o movimento do premiê britânico pode “colocar um Brexit desordenado mais firmemente na mesa”. “A libra devolveu uma parcela significativa dos ganhos pós-eleição, caindo mais de 1% em relação ao dólar e ao euro”, destacou Manimbo em relatório do banco a clientes.

Predominou também um certo otimismo, ainda, relacionado à conclusão da chamada “fase 1” do acordo comercial entre Estados Unidos e China, confirmada pelos dois países na sexta-feira.

O representante comercial dos EUA, Robert Lighthizer, afirmou nesta manhã que os chineses concordaram em comprar US$ 50 bilhões em produtos agrícolas americanos. E fontes disseram à Bloomberg que Pequim vai conceder isenções tarifárias a compradores desses produtos de forma regular e não mais em etapas.

No final da tarde em Nova York, o dólar recuava a 59,7525 pesos argentinos, após o governo de Alberto Fernández ter anunciado, mais cedo, um pacote econômico que inclui impostos sobre compras de dólares. O dólar paralelo, no entanto, disparou 2,1% hoje na Argentina, a 74 pesos, segundo o jornal local Ámbito Financiero.

Ante outras divisas emergentes, o dólar avançava a 14,3998 rands sul-africanos, mas caía a 19,9536 pesos mexicanos, após o governo de Andrés Manuel López Obrador anunciar alta de 20% do salário mínimo.