O dólar operou em alta nesta terça-feira, 13, com relação à maioria das moedas, em um dia marcado por incertezas, especialmente após o anúncio da Johnson & Johnson da paralisação dos testes para a vacina da covid-19. Os efeitos do vírus na zona do euro e no Reino Unido também levaram a uma fuga para o dólar, e grande parte dos emergentes teve suas divisas desvalorizadas.

Por causa de uma doença inexplicada em um dos voluntários – uma situação similar havia ocorrido com as pesquisas desenvolvidas pela AstraZeneca e a Universidade de Oxford -, a Johnson & Johnson paralisou seus testes por uma nova vacina. À tarde, a Eli Lilly informou também uma pausa em seu estudo de tratamento contra a covid-19.

“O dólar caiu em baixas de três semanas, à medida que surtos de vírus mostraram sinais de crescimento. A moeda americana mais segura também foi sustentada pela incerteza, à medida que os ganhos corporativos do terceiro trimestre avançavam”, avaliou a Western Union. O índice DXY, que mede o dólar com relação a seis outras moedas de economias desenvolvidas, avançou 0,50%, a 93,531 pontos. No fim da tarde em Nova York, o dólar se valorizava frente ao iene, e era cotado a 105,49.

A divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dentro da expectativa foi “ignorada” pelo dólar hoje, aponta a Western Union, que conclui que a inflação nos EUA “é consistente com o fato de o Federal Reserve manter as taxas de juros nos níveis mais baixos nos próximos anos”.

Já o euro caiu, com o aumento nas infecções na área mostrando sinais de prejudicar a maior economia do bloco. O ZEW na Alemanha sobre o otimismo dos investidores recuou a 56,1 em outubro, em comparação com 77,4 em setembro, enquanto as previsões eram de 74. “Um trio de incertezas relacionadas ao vírus, ao Brexit e à eleição dos EUA foram creditados com escurecimento das perspectivas para a economia alemã”, diz a Western Union. No bloco, Itália e Holanda anunciaram novas medidas de restrição de isolamento. O euro operava em baixa, a US$ 1,1752.

A taxa de desemprego no Reino Unido passou para 4,5% em agosto, a mais alta desde 2017, superando as previsões de 4,3% e os 4,1% de julho. A libra caiu ainda mais em relação ao dólar após relatos de que assessores científicos haviam defendido restrições à circulação de pessoas durante duas semanas, medidas mais firmes do que as anunciadas ontem pelo primeiro-ministro, Boris Johnson. Cotada a US$ 1,2939, a moeda britânica perdeu o patamar de US$ 1,30.

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O dólar operou em alta em relação à maioria das moedas emergentes. No México, o Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê contração forte da economia neste ano, entre 9% e 10,5%. O dólar avançava a 21,3614 pesos, de 21,2197 no fim da tarde de ontem.

Na Argentina, no câmbio oficial, o dólar chegou a recuar junto ao peso, mas durante a sessão, diminuiu a baixa, seguindo o peso no mercado paralelo. No país, pairam as negociações sobre ajuda em andamento com o FMI, a elevada inflação e déficit fiscal. Há especulações sobre se o governo do presidente Alberto Fernández poderia anunciar mais medidas para controlar o câmbio. No fim da tarde, o dólar recuava a 77,0953 pesos, de 77,1738 pesos no fim da tarde de ontem.


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