Depois de atingir o menor nível em quatro meses, o dólar voltou a subir ante moedas rivais nesta sexta-feira, impulsionado pela divulgação de índices de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, que vieram melhores do que o esperado por analistas. Além disso, um discurso mais ‘hawkish’ do presidente da distrital da Filadélfia do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Patrick Harker, também deu força à divisa americana.

No fim da tarde em Nova York, o dólar subia a 108,91 ienes, o euro recuava a US$ 1,2187 e a libra tinha baixa a US$ 1,4157. O índice DXY, por sua vez, que mede a variação da moeda dos EUA contra seis divisas fortes, avançou 0,23%, a 90,017 pontos, mas registrou perda semanal de 0,37%.

“As fábricas e serviços dos EUA estão tendo um crescimento inspirador, o que sugere que essa economia deve continuar aquecida por alguns meses, aumentando os temores de que o Fed terá de diminuir os juros antes do esperado”, diz o analista de mercado Edward Moya, da Oanda, ao comentar um dos fatores que deu impulso ao dólar. O índice de gerentes de compras (PMI) composto dos EUA subiu de 63,5 em abril para 68,1 em maio, no maior nível da série histórica.

A possibilidade de aperto monetário também foi reforçada por Harker, do Fed, que defendeu o início do debate sobre a redução do programa de relaxamento quantitativo (QE, na sigla em inglês). Até então, o presidente da regional de Dallas, Robert Kaplan, havia sido o único dirigente a destoar do discurso encabeçado pelo presidente da instituição, Jerome Powell, de que ainda não é o momento para se tratar desse assunto.

No começo do pregão, antes de inverter o sinal, o dólar havia caído ao menor nível em quatro meses ante os principais pares. A libra, naquele momento, era impulsiona pelo salto anual de 42,4% das vendas no varejo do Reino Unido em abril, contra a previsão de alta de 37,4%.

Também foram divulgados hoje os PMIs do Reino Unido, da Alemanha e da zona do euro. Este veio no maior nível em 39 meses. Na visão da Capital Economics, porém, os indicadores mostraram que a economia continuará a crescer em um ritmo mais forte nos EUA do que na Europa nos próximos anos, o que deve dar força ao dólar. A consultoria britânica também espera que a moeda americana seja impulsionado pela retomada da trajetória de alta dos juros dos Treasuries.