A dificuldade para a aprovação de novas medidas de estímulo fiscal nos Estados Unidos e o risco de novas ondas da covid-19 reforçaram nesta quinta, 15, a cautela no mercado de câmbio, apoiando a compra de dólares. Além disso, a libra recuou, em meio a dúvidas nas negociações comerciais entre Reino Unido e União Europeia.

No fim da tarde em Nova York, o dólar subia a 105,47 ienes, o euro recuava a US$ 1,1706 e a libra tinha baixa a US$ 1,2902. O índice DXY, que mede a moeda americana ante uma cesta de outras fortes, avançou 0,51%, a 93,856 pontos.

A Western Union comentou em relatório que os temores sobre o crescimento global apoiaram a compra de dólares hoje. Além disso, destacou o risco de novas ondas da covid-19, em uma retomada global “já frágil”.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a dizer que podem ser aprovados mais estímulos fiscais antes da eleição de 3 de novembro, mas lideranças de seu Partido Republicano no Congresso têm demonstrado mais ceticismo. Em meio à disputa com a oposição democrata, o impasse continua. A presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de São Francisco, Mary Daly, advertiu que a demora deve afetar negativamente as previsões para a economia dos EUA. Enquanto isso, a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, recomendou que os países que puderem realizem gastos fiscais para apoiar a atividade, no quadro atual.

Na Europa, novas ondas da covid-19 têm impulsionado a cautela, com alguns países impondo novas restrições à circulação para conter a disseminação do vírus. Além disso, as dificuldades na negociação entre Londres e a UE sobre a relação comercial futura têm pressionado a libra.