O dólar se enfraqueceu em geral nesta quarta-feira, 30. A moeda perdeu fôlego em geral e atingiu mínimas em relação a outras divisas fortes, como euro e iene, após o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) manter os juros e mostrar paciência na trajetória da política monetária. Além disso, moedas emergentes foram apoiadas pela jornada forte do petróleo.

No fim da tarde em Nova York, o dólar caía a 108,93 ienes, o euro avançava a US$ 1,1485 e a libra tinha alta para US$ 1,3111.

O Fed não alterou a taxa de juros, como esperado, e reforçou que o próximo movimento dependerá “inteiramente” dos dados econômicos. A instituição enfatizou ainda a “paciência” na política monetária, em seu comunicado. Em sua entrevista coletiva, Jerome Powell, presidente do Fed, afirmou que o quadro para a economia americana continua a ser em geral positivo, mas citou riscos para a perspectiva, como o enfraquecimento em algumas partes do mundo, inclusive na China. “O argumento para elevar os juros se enfraqueceu”, apontou Powell. Ainda segundo ele, uma nova paralisação do governo afetaria a confiança econômica.

O governo dos EUA sofreu paralisação parcial (shutdown) por mais de um mês, o que deve ter impacto no crescimento do primeiro trimestre, segundo Powell. Para ele, de qualquer modo, o crescimento maior à frente deve compensar isso. Um novo shutdown, contudo, prejudicaria a confiança, alertou. O presidente Donald Trump continua a querer verba para a construção de um muro com o México, enquanto a oposição democrata se recusa a liberar dinheiro do orçamento para isso, criando um impasse. Caso este se mantenha, nova paralisação poderia ocorrer em meados de fevereiro.

O dólar ainda ficou mais fraco ante divisas emergentes e ligadas a commodities por causa do petróleo. O óleo foi apoiado pela sanção americana desta semana à petroleira venezuelana PdVSA e também pelos números de hoje do relatório semanal de estoques dos EUA. (Com informações da Dow Jones Newswires)