O dólar manteve-se em alta em relação ao real nesta quarta-feira, 16, na contramão do movimento ante outras moedas emergentes, em função das expectativas para a decisão de logo mais do Copom sobre os juros brasileiros. O comportamento dos juros futuros, e a própria sinalização do presidente do Banco central, Ilan Goldfajn, apontam para um novo corte, de 0,25 ponto porcentual da Selic.

No mercado de câmbio, a avaliação é que essa redução poderá até mesmo gerar mais pressão para o real, já que vai diminuir ainda mais a já estreita diferença entre os juros no Brasil e Estados Unidos, que alimenta operações de hedge. O custo de fazer operações de proteção para dívidas em dólares, por parte das empresas; ou para variação cambial, de parte dos investidores estrangeiros aumentou a procura por operações a termo, que puxam o dólar futuro. Foi nesse quadro que o Banco Central começou a oferecer os leilões de swap cambial, ainda assim sem sucesso para diminuir a volatilidade do câmbio por aqui. Ainda havia operadores hoje acreditando que o BC levaria em conta a alta do dólar no cenário de eleições presidenciais e optaria por manter a Selic inalteradas, mas eles eram a minoria das apostas. Se vier a queda mesmo, acreditam que não será unânime e passaram a aguardar pela divulgação da ata da reunião.

Após o fechamento do mercado, a Fitch divulgou relatório afirmando que política monetária demasiadamente frouxa diante das condições econômicas e normalização monetária global podem elevar juros de emergentes mais do que o mercado prevê.

O dólar à vista fechou em alta de 0,35%, a R$ 3,6755, mantendo-se no maior valor desde 7 de abril de 2016, quando encerrou o dia a R$ 3,6855. Durante o pregão, a divisa americana oscilou entre a mínima de R$ 3,6628, estável; e a máxima de R$ 3,6960 (0,9%). O giro ficou em US$ 766 milhões. Perto das 17h, o dólar para junho subia 0,56% para R$ 3,6785, com US$ 18,5 bilhões negociados.

Às 17h, o índice DXY, que compara o dólar com uma cesta de moedas, estava em alta, de 0,20%. Mas o dia foi de queda da moeda americana em relação às de outros emergentes: rublo (-0,91%); rand (-0,80%); peso mexicano (-0,35%); peso chileno (-0,16%). As moedas tiveram recuperação mesmo com a T-Note de 10 anos acima de 3% e com novas máximas, a 3,0973%.

O presidente da Petrobras, Pedro Parente, afirmou hoje que o recente ciclo de depreciação do real ante o dólar afeta o País e não só a companhia. “Eu creio que o Banco Central tem os instrumentos necessários. Certamente o Banco Central tem não apenas a competência reconhecida, mas também os meios para lidar com a excessiva volatilidade do mercado de câmbio”, destacou.

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