Dólar recua em linha com exterior e sob pressão de vendidos na Ptax

O dólar recua ante o real na manhã desta quarta-feira, 31, alinhado ao viés negativo do exterior e influenciado pela pressão de investidores vendidos (que apostaram no recuo da moeda americana) em contratos cambiais, segundo o gerente de mesa de derivativos de uma gestora de recursos.

De acordo com a fonte, a pesquisa Datafolha, com liderança do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em todas os cenários em que o petista é incluído, é minimizado nas mesas de operação por que os investidores já esperavam esse resultado. É bem recebida, segundo a fonte, a decisão do ministro Humberto Martins, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), negando pedido de Habeas Corpus feitos pela defesa de Lula para evitar sua prisão, segundo o operador de uma corretora.

“O quadro eleitoral está totalmente indefinido, dependerá da participação ou não de Lula”, avaliou. O mercado espera algum candidato com nome de peso, disse. “Se Lula não for, haverá outro quadro de candidatos na eleição. Vamos esperar março, abril para avaliar melhor o cenário”, comentou o mesmo gerente mencionado acima.

Jefferson Rugik, diretor da Correparti, destaca a correlação da baixa do dólar ante real ao movimento externo, que é ajudado pela briga da Ptax, na qual “os vendidos estão mais fortes”.

Lá fora, o dólar recua ante moedas principais e ligadas a commodities, diante da ansiedade com a decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed), a ser anunciada nesta quarta-feira às 17h. Também pesam o aumento da inflação ao consumidor na zona do euro e a divulgação de dados de atividade mistos na China.

Nos EUA, em seu discurso sobre o Estado da União, o presidente Donald Trump destacou a reforma no código tributário do país e um projeto de investimentos em infraestrutura, da ordem de US$ 1,5 trilhão.

Às 10h02, o dólar à vista caía 0,89%, aos R$ 3,1520. O dólar futuro para março, que passa a ser o mais líquido a partir desta quarta, recuava 0,97%, aos R$ 3,1630. Em Nova York, o dólar caía a 108,74 ienes; euro subia a US$ 1,2457. Em relação a moedas ligadas a commodities, a divisa dos EUA recuava ante o dólar australiano (-0,32%, o peso chileno (-0,55%), a rupia indiana (-0,15%), o peso mexicano (-0,66%), o dólar neozelandês (-1,03%), a lira turca (-0,64%) e o rand sul africano (-0,83%).