O dólar opera em queda na manhã desta sexta-feira, 30, após ter subido na véspera e de acumular ganhos de 9% neste mês. Além do clima positivo no exterior com investidores esperançosos sobre a retomada de negociações comerciais entre Estados Unidos e a China, esta sexta é dia de disputa técnica em torno da definição da última Ptax de agosto e os vendidos (que apostaram na queda) estão forçando um recuo a fim de melhorar o resultado de suas posições ou amenizar eventuais perdas apuradas tendo em vista a forte valorização já contabilizada pela divisa americana.

A Ptax de hoje servirá na segunda-feira para a liquidação do dólar futuro de setembro e os ajustes dos contratos cambiais e de swap cambial com vencimentos em meses subsequentes. O dólar em queda ante a maioria das moedas emergentes ajuda a trazer alívio ao câmbio.

Mais cedo foram divulgados indicadores americanos que vieram mistos. Os gastos com consumo avançaram 0,6% em julho ante junho; previsão +0,5%. Já o índice PCE subiu 0,2% em julho ante junho e avançou 1,4% na comparação anual. O núcleo do PCE subiu 1,6% na comparação anual de julho, em linha com previsão.

Investidores aguardam a abertura do mercado de câmbio na Argentina. Na noite desta quinta-feira, 29,, a agência de classificação de risco S&P rebaixou o rating soberano em moeda estrangeira de longo prazo do país. A decisão veio após o governo de Maurício Macri ter pedido a renegociação de dívida de curto prazo com credores privados e o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Na agenda, será monitorada ainda a apresentação do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2020 ao Congresso. O ministro da Economia, Paulo Guedes, recebeu alertas de ministérios de que os recursos previstos para o ano que vem são insuficientes e podem comprometer compra de livros escolares, pagamentos de bolsas de estudos e entrega gratuita de medicamentos, entre outros serviços.

Nesta semana, a queixa do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, sobre o Orçamento do próximo ano escancarou a preocupação de membros do governo. O presidente Jair Bolsonaro disse nesta manhã que os problemas no Orçamento são reflexo de irresponsabilidade do passado. “Todos os ministros estão reclamando. Até eu estou chorando”, ironizou. Também está programada para esta manhã a nota de política fiscal do Banco Central com o resultado das contas do setor público consolidado do mês de julho (10h30).

Às 9h40 desta sexta, o dólar à vista caía 0,47%, aos R$ 4,1515. O dólar futuro de outubro, contrato que concentra a liquidez a partir de hoje, recuava 0,40%, aos R$ 4,1590.