O dólar recuou em geral, em um quadro de maior apetite por risco entre investidores. Notícias positivas sobre a recuperação da saúde do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e a possibilidade de mais medidas de apoio fiscal no país levaram ao movimento no mercado cambial hoje.

No fim da tarde em Nova York, o dólar subia a 105,78 ienes, o euro tinha alta a US$ 1,1783 e a libra avançava a US$ 1,2984. O índice DXY, que mede a moeda americana ante uma cesta de outras principais, recuou 0,35%, a 93,513 pontos.

O otimismo sobre Trump contribuiu desde o início do dia para enfraquecer o dólar, com a notícia de que ele poderia ter alta ainda nesta segunda-feira. À tarde, o próprio presidente americano foi ao Twitter informar que deve sair às 19h30 (de Brasília) e a dizer que se sentia “muito bem”. Durante entrevista coletiva, a equipe médica que cuida dele disse que a melhora foi suficiente para que ele siga o tratamento no Casa Branca, mas os médicos disseram que Trump não está totalmente fora de perigo.

O BK Asset Management diz que as manchetes sobre a saúde de Trump após ele ter contraído a covid-19 serão importantes para orientar o dólar nesta semana, bem como declarações do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, que fala nesta terça-feira. O BK Asset comenta que Trump, atrás nas pesquisas, deve pressionar mais por um pacote de estímulos antes da eleição.

Hoje, foi informado que a presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, falou por telefone com o secretário do Tesouro americano, Steven Mnuchin. Ainda não está claro se pode haver um acordo, mas sinalizações mais positivas têm chegado de Washington.

Entre os dirigentes do Federal Reserve (Fed), Charles Evans (Chicago) foi mais uma voz a insistir na importância de novo apoio fiscal. Ele afirmou que houve melhora recente no quadro econômico, mas ainda com “um longo caminho pela frente”.

Na agenda de indicadores, o índice de atividade do setor de serviços do Instituto para Gestão da Oferta (ISM, na sigla em inglês) subiu acima do previsto em setembro nos EUA, a 57,8. A High Frequency Economics diz que o setor de serviços continua a se recuperar no país, mas vê risco de baixa com a possibilidade de novas ondas da covid-19 e de potenciais medidas para controlar o problema.