O dólar chegou a se fortalecer mais cedo, mas terminou o dia em baixa ante outras moedas principais e também em relação à maioria das divisas de países emergentes e ligados a commodities. A moeda dos Estados Unidos ficou pressionada após o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) anunciar inesperadamente um corte de 50 pontos-base nos juros no país, em meio aos temores sobre o impacto do coronavírus na economia global e também na americana.

No fim da tarde em Nova York, o dólar recuava a 107,22 ienes, o euro avançava a US$ 1,1176 e a libra tinha alta a US$ 1,2812. O índice DXY, que mede o dólar ante outras divisas principais, teve baixa de 0,21%, a 97,153 pontos.

O Fed surpreendeu ao cortar os juros antes de sua reunião prevista mais para o fim deste mês. Em entrevista coletiva, o presidente da instituição, Jerome Powell, disse que os dirigentes “não hesitarão” em adotar mudanças na política monetária, se necessário, mas também notou que eles consideram a política atual como “apropriada”.

O presidente americano, Donald Trump, ainda assim reclamou do BC, pedindo que o Fed corte mais os juros para apoiar a economia americana. Para Trump, os juros ainda estão em patamar muito elevado, o que acabar por ser uma desvantagem na concorrência com outras nações.

Para o UBS, há uma chance crescente de que as taxas de juros cheguem a zero nos EUA até o fim deste ano. O Bank of America, por sua vez, projeta corte de 25 pontos-base em março e de mais 25 pontos-base em abril.

Por outro lado, o dólar não reagiu ao comunicado do G-7, após teleconferência de ministros das Finanças e de dirigentes de bancos centrais, sem anúncio de medidas concretas.

O dólar australiano ainda avançava a US$ 0,6597. Além da ação do Fed, influenciou nesse caso o fato de o Banco Central da Austrália (RBA, na sigla em inglês) não ter sinalizado novos cortes de juros, após reduzi-lo em 0,25 ponto porcentual, à mínima histórica de 0,50%.