O dólar caiu ante outras moedas fortes nesta quinta-feira, mas avançou ante divisas de países emergentes, respondendo a novos capítulos da guerra comercial. O conselheiro do governo americano para assuntos relacionados à China, Michael Pillsbury, afirmou que os Estados Unidos podem aumentar as tarifas para bens do país asiático.

No fim da tarde em Nova York, o dólar caía a 108,03 ienes, enquanto o euro subia a US$ 1,1047 e a libra se fortalecia a US$ 1,2531. O índice DXY, que mede a variação do dólar ante uma cesta de outras seis rivais, teve queda de 0,29%, a 98,272 pontos.

Pillsbury deu uma entrevista ao jornal South China Morning Post, na qual afirmou que o presidente americano, Donald Trump, está pronto para subir o tom da guerra comercial com a China, podendo aumentar as tarifas americanas sobre bens chineses para 50% ou 100%, caso não haja um acordo comercial em breve. Para ele, Washington impôs apenas “baixas tarifas” à China.

A notícia reduziu o apetite por risco nos mercados internacionais, intensificando a queda da moeda americana ante divisas consideradas mais seguras, como o iene e o franco suíço, mas dando força ao dólar em relação a moedas de países emergentes.

O dólar já vinha recuando desde cedo ante rivais, enquanto investidores digeriam a decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), que na quarta anunciou corte de 25 pontos-base na taxa básica de juros do país, levando-a para a faixa de 1,75% a 2,00%.

“O dólar inicialmente se fortaleceu após o corte do Fed. Mas a previsão de taxas constantes não era uma ‘promessa firme’, deixando o dólar um pouco vulnerável, dadas as profundas divisões entre os dirigentes”, diz o Western Union.

A libra esterlina encontrou espaço para avançar em relação ao dólar, após o Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) divulgar que seus dirigentes optaram por manter a taxa básica de juros do país em 0,75% ao ano, decisão já esperada.

Na Argentina, o dólar subiu levemente, a 56,5904 pesos. Nesta quinta foi o primeiro pregão desde que o Banco Central da República Argentina (BCRA) aumentou a taxa mínima de negociação para leilões de Letras de Liquidez (Leliqs) de 58% para 78% durante o mês de setembro. Em outubro, o índice será reduzido a 68%.