O dólar recuou ante divisas rivais, mas avançou sobre moedas emergentes e ligadas a commodities, com a aversão a risco no mercado desencadeada pela “guerra de preços do petróleo” entre a Rússia e a Arábia Saudita, além do avanço do coronavírus pelo mundo.

No fim da tarde em Nova York, o dólar caía a 102,39 ienes, no menor nível desde novembro de 2016; o euro avançava a US$ 1,1455, na máxima desde março de 2019; e a libra subia a US$ 1,3109. O índice DXY, que mede a variação do dólar ante outras divisas principais, registrou baixa de 1,10%, a 94,895 pontos.

“O dólar americano foi jogado para mínimas de um e três anos contra o euro e o iene, à medida que os mercado de petróleo em queda aumentavam a instabilidade global”, comenta o analista sênior de mercado Joe Manimbo, do Western Union.

Os mercados internacionais reagiram nesta segunda ao que analistas chamam de “guerra de preços” entre a Rússia e a Arábia Saudita no mercado de petróleo, após um impasse na Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+).

“O apetite do mercado por dólares americanos está desaparecendo rapidamente, com os investidores precificando outros cortes de 50 a 75 pontos-base pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano) nos próximos dois meses”, afirma a diretora-gerente de estratégia de câmbio Kathy Lien, do BK Asset Management.

As divisas emergentes, por sua vez, também foram pressionadas pela aversão a risco. No final da tarde em Nova York, o dólar avançava a 20,1649 pesos mexicanos, a 16,2100 rands sul-africanos, mas recuava a 62,4430 pesos argentinos. Durante o pregão, a moeda mexicana chegou a chegou a registrar a maior queda diária ante o dólar desde 2008. Na Argentina, de acordo com o jornal Ámbito Financiero, o banco central local interveio para frear a alta do dólar.

“A perspectiva escureceu substancialmente para os mercados emergentes, devido aos escassos sinais de enfraquecimento da queda induzida pelo coronavírus nos mercados mundiais”, ressalta Manimbo, do Western Union.