O dólar recuou em relação a outras divisas fortes, em geral, nesta segunda-feira, 22, com pouca procura por ativos de segurança no mercado. Apesar do temor de uma segunda onda de infecções por covid-19, com o número de novos casos aumentando em países como Estados Unidos e Alemanha, os investidores mantém o foco na retomada econômica e na expectativa de que não haverá novas quarentenas generalizadas.

No fim da tarde em Nova York, o dólar subia a 106,92 ienes, enquanto o euro avançava a US$ 1,1260 e a libra registrava alta a US$ 1,2466. O índice DXY, que mede a variação da moeda americana em relação a seis rivais fortes, recuou 0,60%, a 97,039 pontos.

“O dólar permanece sujeito a oscilações no sentimento de risco”, comentam analistas do banco americano Brown Brothers Harriman (BBH). Os especialistas ressaltam que o DXY chegou a operar em alta no começo do pregão, mas inverteu o sinal com a mudança de humor no mercado.

Ontem, a Organização Mundial da Saúde (OMS) registrou o maior número de novos casos de covid-19 em 24 horas desde o início da pandemia. Apesar do temor de uma segunda onda de infecções, a aposta em uma recuperação econômica rápida permanece. A Moody’s, no entanto, revisou para baixo suas estimativas para o desempenho das economias do G20 neste ano e previu uma recuperação econômica global “prolongada”.

“Existem apenas duas coisas que realmente importam nesta semana: o número de novos casos covid-19 e as manchetes relacionadas à extensão dos benefícios de desemprego nos EUA ou a mais estímulos”, avalia a diretora de estratégias cambiais da BK Asset Management, Kathy Lien. Hoje, o presidente americano, Donald Trump, confirmou que a Casa Branca apresentará um novo pacote fiscal nas próximas semanas.

Lien aponta que a libra, por outro lado, se fortaleceu hoje com a informação de que o Reino Unido apresentou o menor número de novos casos de coronavírus desde março.

Ante moedas emergentes e ligadas a commodities, o dólar não manteve direção única. No final da tarde em Nova York, a moeda americana caía a 22,4910 pesos mexicanos, mas subia a 69,9632 pesos argentinos e a 17,3499 rands sul-africanos.