O dólar recuou ante rivais nesta terça-feira, com investidores monitorando diversos aspectos do noticiário. Ajudam no recuo da divisa americana as expectativas para a decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de quarta-feira, que pode anunciar um corte de juros, o que tende a pressionar o dólar. Além disso, o índice DXY, que mede a variação da moeda americana em relação a uma cesta de outras seis divisas fortes, foi pressionado pelo euro e pela libra fortes, que reagem, respectivamente, à divulgação de dados da economia alemã e à percepção de que um Brexit sem acordo se torna cada vez mais improvável.

No fim da tarde em Nova York, o dólar subia a 108,16 ienes, enquanto o euro se fortalecia a US$ 1,1071 e a libra, a US$ 1,2501. O índice DXY teve queda de 0,35%, a 98,261 pontos.

Embora, nesta tarde, os contratos futuros de Fed funds compilados pelo CME Group mostrem que o mercado está dividido em suas apostas para a decisão do Fed – entre manutenção da taxa de juros e um corte de 25 pontos-base -, existe a possibilidade do anúncio de estímulos monetários, o que tende a pressionar o dólar.

A tendência de relaxamento monetário, contudo, fortalece o dólar ante o iene, conforme salienta o BK Asset Management, em relatório divulgado a clientes. Colabora para a alta do dólar ante a moeda japonesa a percepção de melhora das tensões entre Estados Unidos e China.

A moeda americana recuou ante o euro, reagindo à divulgação do índice ZEW de expectativas econômicas da Alemanha, que subiu de -44,1 pontos em agosto para -22,5 em setembro, surpreendendo analistas, que esperavam alta bem menor, para -38 pontos. Contudo, a força do euro pode não se manter nos próximos dias. “Embora melhores, os dados permanecem bem abaixo de zero, o que é consistente com o crescimento anêmico na maior economia da Europa. Consequentemente, é provável que os dados não deem impulso sustentável ao euro”, diz um relatório do Western Union.

O dólar também caiu ante a libra, diante da percepção de que um Brexit sem acordo se torna cada vez mais improvável. Nesta terça, a Suprema Corte britânica começou a analisar a legalidade de uma decisão tomada pelo primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, de suspender o Parlamento por cinco semanas, manobra considerada uma forma de evitar um adiamento da saída do Reino Unido da União Europeia.