O dólar recuou ante rivais nesta quinta-feira, 5, com a aposta do mercado em mais afrouxamento monetário pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano) e diante da percepção de que a autoridade monetária dos Estados Unidos tem mais espaço que outros bancos centrais para cortar juros, o que diminuiria a atratividade da divisa americana.

No fim da tarde em Nova York, o dólar caía a 106,21 ienes, na mínima desde agosto de 2019; o euro avançava a US$ 1,1229, na máxima em dois meses; e a libra subia a US$ 1,2966. O índice DXY, que mede o dólar ante outras divisas principais, registrou baixa de 0,53%, a 96,820 pontos.

“O coronavírus atingindo EUA derrubou o dólar”, comenta o analista sênior de mercado Joe Manimbo, do Western Union. Ontem à noite, a Califórnia declarou estado de emergência após registrar a primeira morte pela doença. Hoje, o Congresso americano aprovou um pacote fiscal de US$ 8,3 bilhões para ações de combate ao surto. Além disso, depois do corte de juros extraordinário do Fed na terça-feira, o mercado espera mais afrouxamento monetário.

Para Manimbo, o temor do mercado em relação ao coronavírus ofuscou a queda nos pedidos de auxílio-desemprego nos EUA, o que sinaliza uma economia ainda resiliente.

O euro, por sua vez, atingiu o maior nível em dois meses ante o dólar. “As perspectivas para a política monetária transatlântica têm sido um benefício para o euro, dado o espaço limitado para o Banco Central Europeu (BCE) afrouxar a política monetária”, analisa Manimbo, do Western Union.

Ante moedas emergentes e ligadas a commodities, o dólar avançava a 19,8485 pesos mexicanos e a 15,6453 rands sul-africanos, mas recuava a 62,3491 pesos argentinos, no fim da tarde em Nova York.